Sem passaporte e sem aval de Moraes, Bolsonaro manda Michelle à posse de Trump

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu comprovar ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que recebeu convite de posse do presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

Dessa forma, já ciente de que o ministro do STF deve vetar sua ida aos EUA, tal como fez em outros pedidos de viagem ao exterior, Bolsonaro teria decidido enviar sua esposa, Michelle Bolsonaro.

Conforme divulgou a revista Fórum, a ex-primeira-dama- vai representá-lo na solenidade de posse do presidente americano. Inclusive pelo fato de ele não ter conseguido de Moraes, a liberação do passaporte e assim deixar o país.

Além disso, Michelle, diferentemente dele, não é investigada no inquérito da tentativa de golpe de Estado e não tem restrições para fazer viagens internacionais.

Ao mesmo tempo, segundo a publicação, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) filho do ex-presidente e responsável por articular o suposto convite, também deve marcar presença. 

Sobretudo, como é investigado no inquérito da tentativa de golpe de Estado e prestes a se tornar réu pelo crime, Bolsonaro teve seu passaporte retido pela Polícia Federal (PF) em 2024.

Dessa maneira, ele está proibido de viajar ao exterior sem autorização da Justiça.

Tentativa de liberação

Apesar disso, na última semana, a defesa do ex-presidente solicitou a Moraes a liberação de seu documento de viagem.

Era uma tentativa para que Bolsonaro comparecesse à posse de Trump, marcada para 20 de janeiro em Washington. 

Nesse sentido, para justificar a presença de Bolsonaro, a defesa do ex-presidente anexou um e-mail que, supostamente, consistiria no convite feito por Trump para que o ex-mandatário vá a ao evento.

Contudo, Moraes considerou a “comprovação”insuficiente, visto que a defesa de Bolsonaro apresentou um e-mail de remetente genérico e sem programação oficial da cerimônia.

Com isso, gerou desconfiança de que não se trata de um convite feito pelo próprio presidente dos EUA.

Então, o ministro pediu que a defesa de Bolsonaro enviasse um documento oficial que comprovasse o convite, mas os advogados do ex-presidente responderam ao ministro com o mesmo e-mail.

Em suma, eles afirmaram que o correio eletrônico é, sim, a comprovação de que o ex-mandatário foi convidado para a posse do republicano.

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Foto: reprodução/vídeo