Lula passará Semana Santa sem risco de ser preso, graças ao Supremo

Publicado em: 22/03/2018 às 19:51 | Atualizado em: 22/03/2018 às 19:51
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará a Semana Santa sem ser incomodado com a possibilidade de ser recolhido à prisão por determinação da Justiça Federal de segunda instância.
É que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na noite desta quinta-feira (22), conceder liminar ao petista que impede a prisão dele até o julgamento do mérito do habeas corpus preventivo apresentado pelo ex-presidente à corte. As informações são da Agência Brasil
A decisão vale até o dia 4 de abril, quando o STF deve voltar a julgar o habeas corpus apresentado por Lula
A conclusão do julgamento foi adiada porque os ministros julgaram uma preliminar da ação, fato que tomou todo o tempo da sessão.
Essa decisão do Supremo não impede o julgamento do último recurso de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), previsto para a próxima segunda-feira (26).
É o último recurso de Lula contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão na ação penal do triplex do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato.
A prisão dele seria determinada com base na decisão do STF que autorizou, em 2016, a detenção de condenados pela segunda instância da Justiça.
Preliminar pró-Lula
O julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo se iniciou com as manifestações da defesa e do Ministério Público Federal.
Mas, antes de apreciar o mérito (a concessão ou não do habeas corpus), os ministros resolveram decidir primeiro uma “questão preliminar”: se o pedido do ex-presidente era ‘cabível’ de ser julgado pelo Supremo.
Por 7 votos a 4, eles admitiram julgar o habeas corpus.
Mas, quando essa decisão foi tomada, às 18h30, já tinham transcorrido mais de quatro horas da sessão, e parte dos ministros tinha compromissos e necessitava viajar.
Diante da decisão do adiamento, o advogado José Roberto Batochio, integrante da defesa de Lula, pediu a concessão de uma liminar (decisão provisória) para que o ex-presidente não seja preso antes da conclusão do julgamento, no próximo dia 4.
A presidente Cármen Lúcia submeteu então o pedido aos demais ministros. Por 6 votos a 5, a liminar foi concedida.
Votaram a favor de impedir a prisão de Lula antes do dia 4 os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello. Em favor de permitir, votaram ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Votos sobre a prisão
Na parte final do julgamento, quando se decidiu impedir a prisão até o próximo dia 4, a maioria dos ministros ressaltou que não estava decidindo sobre a possibilidade de executar a pena de 12 anos à qual Lula foi condenado, mas apenas garantindo a liberdade do petista até o término da análise pela questão no STF.
O relator Edson Fachin explicou que, até o momento, o entendimento majoritário da corte permite a prisão após segunda instância e, por isso, não haveria motivo para impedir eventual ordem de prisão pelo TRF-4.
Fotos: Rosinei Coutinho/SCO/STF