Prefeito de Parintins reage a acusações, admite vazamento e critica Rossy Amoedo

Mateus Assayag classificou a atitude do dirigente como "irresponsável" e "precipitada", embora tenha reconhecido que houve, sim, um vazamento dos nomes de jurados antes da disputa

Prefeito de Parintins

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 02/07/2025 às 12:30 | Atualizado em: 02/07/2025 às 12:42

O prefeito de Parintins, Mateus Assayag, reagiu às acusações feitas pelo presidente do boi Caprichoso, Rossy Amoedo, que denunciou suposta fraude no julgamento do Festival Folclórico de Parintins.

Assayag classificou a atitude do dirigente como “irresponsável” e “precipitada”, embora tenha reconhecido que houve, sim, um vazamento dos nomes de jurados antes da disputa, o que motivou um novo sorteio com acompanhamento do Ministério Público.

“Essa coletiva [entrevista de Amoedo] foi feita sem sequer procurarem a prefeitura ou a organização do festival. Foi precipitada. Não é possível levantar acusações tão graves sem dialogar e apresentar provas concretas”, afirmou o prefeito nesta segunda-feira (1º de julho), em Parintins.

Apesar da crítica, ele admitiu que os nomes dos jurados previamente escolhidos vazaram antes do evento, obrigando a comissão organizadora a realizar novo sorteio, desta vez com presença de representantes do Ministério Público e do Judiciário.

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“Garantido venceria”

Assayag afirmou que, mesmo sem os dois jurados apontados por Rossy Amoedo (Marcos Moreira e Hylnara Anny Vidal), o resultado da disputa continuaria favorável ao boi Garantido.

“Fizemos simulações. Se um ou os dois jurados tivessem sido substituídos, a vitória do Garantido se manteria. Isso precisa ser dito com clareza à população e às torcidas”, disse, sem dar maiores detalhes dessa matemática.

Caprichoso na Justiça

Durante entrevista no último domingo, Rossy Amoedo anunciou que o Caprichoso irá ingressar na Justiça com um pedido de anulação do resultado oficial.

Nesta terça-feira, em nova entrevista, o dirigente reafirmou sua posição.

Ele acusou dois jurados de ligação com o boi Garantido, fraude curricular e até de receberem orientação externa para prejudicar o Caprichoso.

Segundo Amoedo, um dossiê com provas documentais e testemunhais será apresentado ao Judiciário, contendo indícios de irregularidades no julgamento, além de questionamentos sobre a idoneidade dos jurados e a lisura do processo de escolha.

Alegações de que Hylnara Vidal teria falsificado informações em seu currículo e que Marcos Moura teria vínculos com membros da comissão do Garantido compõem parte da denúncia. Ambos teriam apagado seus perfis nas redes sociais após o festival.

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Fragilidades

A Prefeitura de Parintins informou que reforçou os critérios de seleção dos jurados com um edital público rigoroso, que exige currículos acadêmicos, comprovada experiência na área cultural e ausência de vínculos com as agremiações, órgãos públicos ou políticos.

Além disso, foi criada uma comissão específica para avaliar os candidatos, com validade de até três anos.

Após o vazamento dos nomes iniciais, a organização promoveu um segundo sorteio para garantir neutralidade, acompanhado por autoridades e sob sigilo.

Ainda assim, o episódio evidenciou fragilidades no sistema de escolha e abriu espaço para acusações que agora poderão ser judicializadas.

Clima tenso

O Festival Folclórico de Parintins 2025 terminou com a vitória do boi Garantido, em uma das edições mais equilibradas e emocionantes da história recente. No entanto, a crise instalada após a apuração comprometeu o clima de celebração.

Assayag, que vinha exaltando o festival como “o maior de todos os tempos” em termos de público e geração de renda, agora tenta conter os danos políticos e institucionais.

“Não podemos permitir que a imagem de Parintins e da nossa cultura seja manchada por atitudes precipitadas. Estamos abertos ao diálogo, mas com responsabilidade e respeito à cidade e ao seu povo”.

Foto: Márcio Costa/AM-Post