Cieam alerta que tarifaço de Trump vai atingir importações na ZFM

Cieam afirma que tarifa dos EUA impactará mais as importações da ZFM do que as exportações.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 10/07/2025 às 18:19 | Atualizado em: 10/07/2025 às 18:20

Os efeitos mais relevantes da nova tarifa anunciada pelo governo dos Estados Unidos, sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM), serão muito mais nas importações do que nas exportações. A avaliação é do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam).

Desse modo, o Amazonas ocupa a 18ª posição com exportações que somam aproximadamente US$ 99 milhões. Isso demonstra, de acordo com o Cieam, uma baixa dependência do mercado norte-americano no contexto do polo industrial de Manaus

Já o estado de São Paulo exporta US$ 13 bilhões de um total de US$ 40 bilhões do total que o Brasil vende anualmente para os Estados Unidos.

“Portanto, o impacto nas exportações da ZFM tende a ser limitado e gradual, dada a pouca representatividade dos EUA como destino das vendas externas da região”, afirmam os dirigentes industriais.

Por outro lado, o efeito sobre as importações pode ser mais sensível visto que o polo industrial de Manaus importa de forma significativa insumos provenientes dos Estados Unidos, especialmente para o setor termoplástico.

Em 2024, por exemplo, foram importados aproximadamente US$ 600 milhões em polímeros, essenciais à cadeia produtiva local.

“Caso o Brasil decida adotar medidas de retaliação comercial, isso poderá afetar as tarifas de importação, gerando impacto direto no custo dos insumos e, consequentemente, na competitividade das indústrias instaladas na Zona Franca”, diz a nota do Cieam.

Vantagens comparativas

Ainda, na avaliação da entidade representativa da indústria do Amazonas, é nesse cenário que o modelo ZFM evidencia sua relevância estratégica, ao proporcionar vantagens comparativas que compensam, em parte, as distorções provocadas por medidas protecionistas externas.

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“Portanto, o Cieam seguirá monitorando a situação e reforça a importância de uma atuação coordenada entre o setor produtivo e o governo brasileiro para proteger os interesses da indústria nacional e preservar os avanços conquistados pelo modelo ZFM ao longo de décadas”, encerra o comunicado.

Foto: divulgação