Trump cria clima para Bolsonaro fugir do Brasil, avaliam no STF

STF vê em apoio de Trump indícios de que Bolsonaro pode tentar fugir ou pedir asilo político.

Publicado em: 10/07/2025 às 19:26 | Atualizado em: 10/07/2025 às 19:26

A Folha de S. Paulo revela uma informação que corre nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a matéria, ministros avaliam que uma eventual fuga ou pedido de asilo do ex-presidente Jair Bolsonaro pode estar sendo preparado com base na narrativa de perseguição política reforçada pelas recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ataque de Trump ocorre em meio ao avanço das investigações da tentativa de golpe em 2022. Bolsonaro já é réu no STF, está inelegível até 2030 e, segundo fontes próximas, estaria em “pânico” com a possibilidade de prisão preventiva.

A preocupação dos ministros ganhou força após Trump voltar a defender publicamente Bolsonaro, classificando o processo judicial como uma “caça às bruxas” e uma “vergonha internacional”.

Em carta enviada ao presidente Lula, o líder norte-americano afirmou que o julgamento “deveria acabar imediatamente”.

Para integrantes do Supremo, as manifestações de Trump vão além do apoio político — e têm valor simbólico e estratégico.

Elas podem ser usadas como base para um eventual pedido de refúgio nos Estados Unidos, reforçando o discurso de que Bolsonaro está sendo alvo de perseguição política por “lutar pelo povo”.

Além disso, a imposição de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, anunciada pelo governo norte-americano na mesma semana, foi interpretada por membros do STF como parte do mesmo movimento de confronto, fortalecendo a retórica bolsonarista no exterior.

Os magistrados também lembram que Bolsonaro tem histórico de fugir de pressões judiciais.

Em 2022, ficou três meses nos EUA após perder a eleição.

Em 2024, chegou a se abrigar por duas noites na embaixada da Hungria.

Já seu filho, Eduardo Bolsonaro, vive atualmente nos EUA e articula apoio internacional ao pai.

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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil