Visão acanhada: candidata do PL reduz gestão pública ao lucro de seus negócios
Candidata de Bolsonaro ao Governo do Amazonas aposta em faturamento privado como credencial para governar

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 15/08/2025 às 13:45 | Atualizado em: 15/08/2025 às 13:45
A empresária e reitora da Fametro, Maria do Carmo Seffair, pré-candidata ao Governo do Amazonas pelo PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, voltou a expor uma visão limitada sobre a administração pública.
Depois de já ter causado constrangimento ao demonstrar desconhecimento sobre o próprio rio que banha Manaus, o Negro, a pré-candidata agora insiste em comparar a gestão do estado ao faturamento de sua empresa privada na educação.
Em entrevista ao A Crítica Podcast nesta sexta-feira (15 de agosto), Maria do Carmo afirmou que pesquisas internas apontam que “seis em cada dez amazonenses desejam mudança no cenário político”.
Para ela, essa mudança pode vir de uma gestão inspirada nos resultados de seus negócios particulares.
A empresária destacou a expansão da Fametro em 42 municípios do Amazonas e em outros estados, além de empreendimentos como o resgate do Hotel Tropical e da Santa Casa de Misericórdia.
Esses feitos, segundo ela, comprovariam sua capacidade para governar.
“É preciso mostrar o que você já fez, e os meus possíveis adversários já tiveram a oportunidade de fazer e não fizeram essa transformação”, disse.
Na tentativa de validar a comparação, acrescentou:
“Esses resultados mostram que é possível transformar realidades mesmo com orçamentos mais modestos do que os do poder público.”
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Estratégia de campanha
A narrativa expõe a estratégia de campanha: usar faturamento e expansão empresarial como se fossem parâmetros de gestão pública.
Maria do Carmo chegou a confrontar diretamente o senador Omar Aziz (PSD), líder na primeira pesquisa Ipen/G6, resgatando o projeto abandonado da cidade universitária como exemplo de desperdício.
Apesar do tom confiante, a proposta da pré-candidata simplifica a administração estadual e ignora a complexidade de gerir políticas públicas em áreas como saúde, segurança, infraestrutura e meio ambiente.
A insistência em reduzir a política a métricas empresariais soma-se ao episódio do rio Negro e reforça o diagnóstico de uma visão acanhada diante dos desafios reais do Amazonas.
Foto: Reprodução/Youtube