Amazonas, com ZFM de R$ 204,3 bilhões e 10º PIB, depende do Bolsa-Família

Levantamento mostra que Amazonas tem mais beneficiário do Bolsa Família que empregados formais. Norte e Nordeste lideram ranking

Amazonas, com ZFM de R$ 204,3 bilhões e 10º PIB, depende do Bolsa-Família

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 16/08/2025 às 10:10 | Atualizado em: 16/08/2025 às 17:14

O Estado do Amazonas, mesmo tendo a Zona Franca de Manaus (ZFM), com faturamento de R$ 204 bilhões, em 2024, e um PIB de R$ 43 bilhões, ainda depende do Bolsa-Família.

Isso porque o Amazonas está entre os dez estados brasileiros em que há mais beneficiários do Bolsa-Família que empregados com carteira de trabalho assinada, segundo dados de julho de 2025.

De acordo com levantamento divulgado pelo Poder360, há 567.222 trabalhadores formais no Amazonas.

Enquanto os beneficiários do Bolsa-Família chegam a 628.746, com uma sobra, portanto, de 61.772 acima dos empregos com carteira assinada.

Os dados contrastam com a situação econômica do Amazonas. Isso porque o polo industrial de Manaus teve um faturamento de R$ 204,39 bilhões em 2024.

Por outro lado, o IBGE informa que, em 2025, o Amazonas ocupa a décima posição no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, alcançando R$ 43,7 bilhões no primeiro trimestre desse ano.

No caso dos empregos no polo industrial de Manaus, as informações oficiais dando conta de que no final de dezembro de 2024, havia 127.798 trabalhadores (entre efetivos, temporários e terceirizados) nas indústrias amazonense.

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Norte e Nordeste

Ainda, de acordo com o Poder360, dos 10 estados com mais bolsa família que empregos, seis estão no Nordeste e quatro na região Norte.

Entre os nortistas, além do Amazonas, estão o Pará (294.707 bolsas a mais), Amapá (21.901) e Acre (15.433).

No entanto, os estados de Roraima, Rondônia e Tocantins tem mais empregos do que pessoas recebendo o Bolsa Família. Assim como Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, do Nordeste.

Situação nacional

Em todo o país, a pior situação é registrada no Maranhão, onde há 521,6 mil pessoas a mais recebendo dinheiro do programa social que em empregos formais.

O Pará (294,7 mil), o Piauí (193,5 mil) e a Bahia (185,4 mil) vêm na sequência desse ranking de dependência.

São Paulo fica no fim da lista. O Estado tem 12,3 milhões de trabalhadores formais a mais que famílias no Bolsa Família. Esses dados não incluem o setor público.

Do mesmo modo, todos os estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, os mais ricos, têm menos dependência do bolsa família.

Santa Catarina registra a menor taxa de dependência proporcional: tem 12 empregos formais para cada beneficiário do Bolsa-Família. O Distrito Federal tem a 2ª menor, com 6 empregos formais para cada pessoa no programa social do governo.

Queda na dependência

Apesar dos números, o governo informa que houve uma melhora recente nos índices de dependência do Bolsa Família. Há 1 ano, em julho de 2024, eram 12 unidades da Federação com mais beneficiários que carteira assinada. Em janeiro de 2023, eram 13 estados.

Em todos os Estados e no Distrito Federal o emprego formal cresceu mais que o Bolsa Família, na comparação de julho deste ano com o mesmo mês de 2024.

*Com informações do Poder360

Foto: arquivo/Agência Brasil