Encontros de Janja com evangélicas irritam Malafaia e direita bolsonarista

Reuniões da primeira-dama, incluindo uma em Manaus, provocam reação do religioso ao ver Lula beliscando eleitorado de Bolsonaro

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 26/08/2025 às 14:52 | Atualizado em: 26/08/2025 às 14:55

A aproximação da primeira-dama Rosângela “Janja” Lula da Silva com mulheres evangélicas em diferentes capitais do país, incluindo Manaus, provocou reação imediata de lideranças ligadas à direita bolsonarista.

O religioso Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, por exemplo, criticou duramente a ação da primeira-dama:

“Eu dou risada desses encontros de Janja. Tudo arrumado com gente que não tem nenhum pingo de expressão no mundo evangélico… Eu conheço quem é quem no mundo evangélico. Não tem uma, uma de centenas de mulheres de expressão do mundo evangélico”.

Manaus no roteiro

Em Manaus, durante encontro com líderes e fiéis, Janja ressaltou a diversidade de manifestações religiosas e defendeu o protagonismo feminino nos templos:

“Não existe a ‘Janja versão evangélica’. Existe a Janja que acredita em Deus… e eu acredito muito que nós mulheres podemos fazer a diferença nas igrejas, nos nossos templos, não importa de que forma Deus se manifesta dentro de nós”.

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Evangélicas e a política

Peso crescente nas eleições

Os evangélicos devem representar cerca de 36% da população brasileira até 2026, aumento significativo em relação aos 32% de 2022 e 22% de 2010.

Tendência ideológica

Segundo levantamento do DataSenado/Nexus (junho de 2024), entre os evangélicos entrevistados:

35% se identificaram com a direita

8% com a esquerda

9% com o centro

42% não se identificaram com nenhuma ideologia

Disputa estratégica

O diálogo de Janja com o segmento evangélico sinaliza um esforço para penetrar em uma base eleitoral historicamente associada à direita.

A reação de Malafaia reforça o receio dos líderes bolsonaristas de perder influência nesse setor político tão vital.

Incluir Manaus no roteiro de encontros destaca a ampliação da estratégia para além do eixo tradicional Sul-Sudeste, em direção a regiões como Norte e Nordeste, onde o engajamento religioso tem peso eleitoral decisivo.

Foto: Gabriel Ferreira/especial para o BNC Amazonas