Waldívia está presa no Centro de Detenção Provisório Feminino

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 18/04/2018 às 12:25 | Atualizado em: 18/04/2018 às 12:55

Por Rosiene Carvalho e Naferson Cruz, Da Redação

 

A ex-secretária de Estado de Infraestrutura (Seinfra) Waldívia Alencar, está presa no Centro de Detenção Provisória Feminina, no quilômetro 8 da BR-174, onde também está presa a ex-primeira-dama do Estado, Edilene Oliveira. Durante a operação “Concreto Armado” a Polícia Civil do Amazonas apreendeu cerca de R$ 200 mil.

O procurador geral de Justiça. Fábio Monteiro, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, dia 18, declarou que o MPE investiga o patrimônio da ex-secretária que, segundo ele, ampliou durante o período em que ela era do primeiro escalão do governo de forma incompatível ao salário dela. Waldívia  foi secretária de Obras nos governos Eduardo Braga (MDB), Omar Aziz (PSD) e José Melo (Pros).

Waldívia cumpre, a partir de  hoje, uma prisão temporária de cinco dias como parte da Operação Concreto Armado realizada pelo Grupo Especializado de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado.

De acordo com as informações divulgadas pelo MPE, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. Todos tinham como alvo escritórios, empresas e residências  de Waldívia e familiares dela.

“Trata-se de lavagem de dinheiro”

Mesmo sem concluir as investigações, o procurador Fábio Monteiro declarou que há indícios robustos contra a ex-titular da Seinfra, que não há dúvidas de que o patrimônio dela tem origem em corrupção e lavagem de dinheiro.

“Para o MPE, trata-se de lavagem dinheiro. Pela renda declarada, pela atividade laboral, é algo completamente impossível de conseguir (…) Como pode uma secretária, uma servidora pública, com vencimento declaro de R$ 12 mil, ter um acréscimo patrimonial desse monte? Então, como ordenadora de despesa, a conclusão óbvia que se chega, claro, como o cruzamento de dados, com as ações que já tramitam por parte do Ministério Público contra ela de improbidade administrativa e ação penal. Deixando claro que, enquanto secretária de Estado, ela teve acesso a recursos que, claro só podem ter vido por via de corrupção, o que fez que ela aplicasse na compra de imóveis e bens”, declarou o procurador.

Bloqueio de bens

Fábio Monteiro disse  que há uma decisão judicial de bloqueio de bens contra Waldívia Alencar. “Medidas para bloquear todos (bens) foram tomadas para que, em havendo a confirmação de tudo aquilo que o MPE está alegando e elementos robustos apresentando,  haja o ressarcimento ao erário”, disse.

Questionado se haveria novas prisões, Fábio Monteiro disse que os “desdobramentos iriam dizer” e afirmou que partiu dele a determinação para que o Gaeco desse esse tipo de atenção a funcionários públicos, ex-servidores que ocuparam cargos de gestão, como ordenadores de despesas estarem com patrimônio “elevadíssimo”. “Então, o caminho é esse. É o norte que eu determinei para que o Gaecco muito grande para  esse tipo de  atividade e, no cruzamento dos dados, a probabilidade existe”, disse.

Ex-governadores

Fábio Monteiro disse que nas investigações feitas pelo MPE não há nenhum indício de que o ex-governadores que nomearam Waldívia para o cargo tenham participado de atos irregulares. Fábio Monteiro disse que, caso surjam nos desdobramentos da operação, indícios contra os ex-governadores as questões serão encaminhadas às instituições competentes.

“Se existissem indícios, ainda que mínimos, que levassem aos dois ex-governadores que são senadores, o MPE deveria ter enviado à procuradoria geral. Não há elementos (contra eles)”, disse.

 

 

 

 

 

 

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