O previsível “não” do ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa à disputa presidencial pelo PSB deflagrou conjecturas que encontram fartos pontos de intersecção entre a sigla, agora sem cabeça de chapa, e o presidenciável Ciro Gomes (PDT).
O PSB de Barbosa, no Amazonas liderado pelo deputado estadual Serafim Corrêa, possui 11 palanques regionais com candidatos a governador.
Mas, em três desses palanques, Amazonas, Amapá e Espírito Santo, não há chance de PSB e PDT estarem juntos.
Aqui, há velhas e novas feridas que nunca cicatrizaram entre personagens das duas legendas e que hoje dificultam qualquer possibilidade de aliança.
Para começar, os dois partidos têm pré-candidatos a governador.
O PDT deverá lançar Amazonino Mendes, e Serafim Corrêa é um entusiasta da candidatura ao governo do ex-governador interino e presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), deputado David Almeida (PSB).
Serafim é adversário histórico de Amazonino; duelaram-se duas vezes pela Prefeitura de Manaus em 2004 e 2008, com vitória para cada lado, e um saldo de fraturas expostas nunca saradas.
As desavenças de David com Amazonino são recentes. Não têm um ano. Remontam às eleições suplementares do ano passado, quando David se negou a ser vice do hoje governador.
Daí em diante, a relação entre eles azedou.
Eleito, Amazonino foi ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) pedir o bloqueio das contas do então governador interino.
David, em contra-ataque, ao deixar o governo passou a comandar uma severa oposição a Amazonino, impondo-lhe sucessivas derrotas em votações importantes do parlamento.
Entre governador e presidente da ALE-AM, a situação ficou tão complicada que nem institucionalmente eles se falam, nem mesmo quando estão juntos no mesmo ambiente, conforme tem se registrado em solenidades em que estão próximos, mas olhando para lados diferentes.
Convergência
Em outros estados, segundo a edição de hoje da Folha de S.Paulo, há possibilidade de as duas siglas marcharem juntas.
É caso de São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba, Distrito Federal, Rondônia, Tocantins e Rio Grande do Norte.
Sobre isso, o jornal paulista escreveu nesta quarta-feira, dia 9: “Na eleição, PSB e PDT devem se unir em ao menos oito estados” .
Foto: BNC AMAZONAS