O prefeito indígena de São Gabriel da Cachoeira, Clóvis Saldanha, o Curubão (PT), foi até Brasília pedir socorro para combater a malária no município (a 842 km de Manaus), que já registra 7 mil casos e três mortes em apenas 60 dias.
O número é dramático se for considerada a população de 44,5 mil habitantes, registradas no Censo 2017 do IBGE.
Curubão concedeu entrevista à equipe do BNC nos corredores do Senado Federal, no início da noite desta terça-feira, dia 5.
“Vivemos um momento de epidemia no Alto Rio Negro, Cabeça do Cachorro. [Estamos] com mais de 7 mil casos de malária. [São Gabriel da Cachoeira] é área demarcada e o Governo Federal tem a responsabilidade de atuar junto com o nosso povo”, cobrou o prefeito.
Ainda segundo Curubão, o recurso federal está sendo aplicado mas não é suficiente para o combate à doença.
“Precisamos amenizar o sofrimento do nosso povo. Então estamos aqui pedindo ajuda da Saúde Indígena, senadores, deputados federais, do Ministério da Saúde. Deus é grande e vai abrir essa porta”, disse o chefe do executivo municipal.
Três mortes
Antes de seguir para Brasília, o prefeito decretou estado de emergência na cidade, que já registra três mortes por causa da epidemia.
“Temos que evitar [mais mortes]. Precisamos de mosquiteiro, lancha, remédio, recursos para atuar em todas as comunidades que são muito distantes umas das outras”, destacou.
O tráfego de pessoas entre as comunidades e São Gabriel é apontado pelo prefeito como a principal causa para a epidemia.
“Cada vez mais está crescendo [o número de casos]. As pessoas vêm receber o Bolsa Família, aposentadoria… vêm das comunidades e quando voltam estão levando a malária para as comunidades. [Estamos] sem controle para amenizar a questão”, lamentou.
BNC em Brasília
A equipe do BNC liderada pelo jornalista Neuton Corrêa acompanhou em Brasília a reunião da Bancada Federal do Amazonas e do governador Amazonino Mendes (PDT) com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e técnicos da Receita Federal.
A reunião foi para debater o decreto do presidente Michel Temer (MDB), do dia 30 de maio, que atinge de morte o polo de concentrados da indústria da Zona Franca de Manaus, o maior exportador do Polo Industrial de Manaus.
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