Por Rosiene Carvalho , da Redação
A homenagem do PSDB aos 40 anos de vida pública do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), colocou no mesmo palanque, na noite desta sexta-feira, dia 13, o governador e pré-candidato à reeleição Amazonino Mendes (PDT) e dois pré-candidatos ao senado: os deputados federais Pauderney Avelino (DEM) e Alfredo Nascimento (PR), considerados aliados do senador e pré-candidato ao Governo Omar Aziz (PSD).
A expectativa sobre a junção de todos esses pré-candidatos e partidos num evento da noiva cortejada que se tornou o líder da máquina municipal e do tempo de TV do PSDB, Arthur Virgílio, era a de que o encontro poderia sinalizar nova divisão do grupo para as eleições 2018 e adesão do DEM e do PR à candidatura de Amazonino Mendes.
No entanto, as nuances dos discursos e das formas de tratamentos entre os políticos colocaram dúvidas sobre o embaralhamento e distribuição das cartas até o dia 5 de agosto, prazo final das convenções partidárias.
Pauderney é cauteloso
Até este momento da pré-campanha, Alfredo e Pauderney vinham construindo suas candidaturas em articulação com o senador Omar Aziz. Ambos, ao falar ao BNC sobre o assunto, na chegada ao evento, foram cuidadosos com as palavras em relação à possibilidade de aliança entre os presentes no palanque de homenagem a Arthur.
Pauderney disse que comparecia ao evento como convidado e evitou prolongar resposta sobre alianças eleitorais. Na entrada, o governador cumprimentou longa e festivamente a mulher de Pauderney e de maneira menos fervorosa o deputado.
Avelino chegou cedo ao ato, fez questão de cumprimentar Amazonino à porta do evento, mas, no palanque, restringiu-se a chamá-lo de “meu caro governador Amazonino Mendes”; depois, enalteceu o líder tucano e encerrou sua fala sem se dirigir ao governador.
Alfredo homenageia seu “pai político”
Alfredo, em entrevista ao BNC , demonstrou desconforto com a pergunta sobre a possibilidade de repetição do palanque de homenagem a Arthur nas urnas em 2018. O pré-candidato ao Senado pelo PR disse que palanque não se construía daquela maneira, mas com conversas e entendimentos.
“Que palanque? Ninguém monta palanque dessa forma: palanque é montado antes, conversando, articulando e verificando o que é bom para a cidade, para o Estado. É assim que se monta um palanque”, declarou o deputado.
Mas, no ato de homenagem a Arthur, Alfredo incensou o governador Amazonino rendendo a ele reverência nas palavras, antes mesmo de elogiar o anfitrião da noite.
“Quero cumprimentar o governador Amazonino Mendes, um homem que há mais de 30 anos me colocou na vida pública e me transformou no político que sou hoje. Eu devo muito ao governador Amazonino Mendes. Faço questão de fazer esse registro”, disse.
Ao fim do discurso, porém, Alfredo recebeu um protocolar aperto de mão de Amazonino e não recebeu nenhuma palavra mais fraterna como resposta.
Arthur fala em união em gestos fraternos a Omar e Amazonino
O prefeito de Manaus Arthur Neto agradeceu a presença dos políticos que participaram da homenagem e fez gestos fraternos, nas palavras, para dois pré-candidatos ao governo: o governador Amazonino Mendes e o senador Omar Aziz.
Antes de iniciar seu discurso, Arthur pediu um minuto de silêncio em homenagem a dona Delphina Aziz, mãe de Omar, que morreu nesta sexta-feira, dia 13.
“Peço um minuto de silêncio em honra da dona Delphina Aziz, mãe do meu querido amigo Omar Aziz, que é amigo de Manaus também”, disse.
Antes dele, a primeira-dama Elizabeth Valeiko também fez deferência a Omar: “Cumprimento a todos os senadores em nome do senador Omar, que não está aqui presente, mas confirmou presença e não pode estar por causa da sua mãe. Meus sentimentos a ele”, disse.
Na sequência do discurso em que falou de seus 40 anos de vida pública, Arthur, em vários trechos, fez referências à disputa eleitoral em curso onde os caciques partidários do Estado tentam construir palanques e disputam siglas para ampliar os apoios e o tempo de TV, entre as quais o PSDB.
Arthur falou em união e disse que não aceita ter inimigos políticos. O tucano disse que ao longo de sua trajetória de vida não perdia oportunidade de fazer adversários, hoje quer fazer cada vez mais aliados.
“É preciso unidade por Manaus, unidade pelo Amazonas. Tivemos cuidado de convidar várias pessoas de diversas matizes políticos. Não é hora de tratar candidatura de A ou B. Temos que afirmar perspectiva de unidade em favor de Manaus”, declarou.
Amazonino: “Prezado amigo”
Arthur falou dos repasses de R$ 150 milhões para Manaus acordados com o governador Amazonino Mendes e que a união entre eles deveria ocorrer em todos os governos. O tucano chamou o governador de “prezado amigo” depois de várias críticas duras que fez a Amazonino após o mesmo assumir o governo nos últimos meses.
“(A união deveria existir) Seja quem for o governador, mas no caso o governador é um prezado amigo. Podia não ser”, disse.
Ao se referir às “lideranças” presentes no local, Arthur disse que todos tinham que ter a capacidade de entender o que querem e o que podem fazer por Manaus e pelo Amazonas.
“Portanto, eu entendo que esse grupo que aqui está tão bem representado (…) Antes eu lutava e lutava e não me faltava disposição para fazer novos adversários. Hoje não me falta disposição para fazer novos aliados, não me falta disposição pra fazer toda e possível união em favor deste estado, desta cidade, deste povo e todo o grupo”, disse.
Foto: Reprodução/Vídeo/BNC AMAZONAS