Em convenção, David diz que Lula é assunto da justiça

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 04/08/2018 às 08:58 | Atualizado em: 04/08/2018 às 12:48

Por Rosiene Carvalho, da Redação

 

A postura e como vai ser  comportar  o pré-candidato ao Governo do PSB, David Almeida, em relação ao ex-presidente  e pré-candidato do PT à Presidência, Lula, são as maiores polêmicas para a consolidação e anúncio oficial da aliança entre o PSB e o PT no Amazonas. O apoio do PT  ao PSB no Amazoonas  dá à candidatura de David Almeida fôlego para encarar os adversários.

Na convenção do PSB-AM, nesta sexta-feira, dia 3, que confirmou David  Almeida como candidato ao governo, nenhum representante do  PT-AM compareceu.

Questionado sobre a opinião dele a respeito da condenação de Lula e da possibilidade de voto no candidato do PT na convenção do PSB-AM, David Almeida tergiversou na resposta, evitando ataques e defesas ao projeto principal do PT em todo País: expor que houve injustiça na condenação do líder petista e levar às últimas consequências a candidatura do ex-presidente.

“Isso é uma questão nacional. Isso é uma questão de justiça. Ele está cumprindo uma determinação da justiça que está sendo questionada nas instâncias devidas. E essa é uma questão que fica para frente”,  respondeu David Almeida.

Na sequência, o pré-candidato disse que o papel do  PSB-AM naquela convenção não era abordar o assunto Lula e sim “firmar uma posição e marchar em torno de um projeto de mudança para o Estado do Amazonas”.

“Estamos preocupados com o Brasil, com tudo. Acreditamos que no Estado do Amazonas estamos trabalhando para buscar soluções aos problemas”, disse.

A defesa de Lula e a leitura que ele sofre injustiça é clara dentro do PT e, no Amazonas, os dirigentes petistas, em reunião na última quarta-feira, dia 1º, em resolução sobre a orientação nacional de aliança com o PSB exigem que o  candidato ao governo que a sigla apoiar deve se posicionar a favor de Lula.

Na coletiva, David foi questionado se ele  ainda não havia avaliado essa imposição do PT-AM. O candidato respondeu que não houve cobrança direcionada a ele e que nada do que foi discutido na reunião do PT foi debatido em conversa com o PSB-AM.

O candidato do PSB no Amazonas afirmou que “essas pontuações” serão avaliadas  com “conversas pessoais” para  defirnir  “termos” da aliança.

“Essa cobrança não foi feita a mim. Até por isso, estamos aguardando no domingo essa convenção do PT para poder discutirmos os termos. O que você está dizendo, você leu na resolução e ainda não foi conversado conosco. Sobre hipóteses, pessoalmente nós vamos conversar sobre essas questões, essas pontuações”, declarou.

Resistências

Não é só no Amazonas que a mistura PT e PSB está sendo feita sem liga. A união PSB e PT, anunciada após reunião da executiva nacional do PT na quarta-feira causou conflitos e polêmicas em vários diretórios atingidos pelo acordo nacional.

Em Pernambuco, onde o estado é governador por Paulo Câmara do PSB, que tem sob o comando dele um terço dos delegados da sigla, o PT aceitou retirar  a  candidatura da vereadora Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, histórico político do PSB.

O nome dela representa riscos à reeleição de Paulo Câmara. A direção regional do PT não acatou a orientação nacional. Em reunião, aprovou o nome  de Marília ao governo e  comparece  à convenção do PT, neste sábado, para defender que “os sonhos da população de  Pernambuco” não sejam negociados e  a esquerda  não se una por “chantagens”.

Em Minas Gerais, mais confusão. O  diretório estadual do PSB teve que ser destituído para impedir que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, mantenha candidatura  ao governo, o que atrapalha os planos de  reeleição do petista Fernando Pimentel.

Lacerda  reagiu que vai lutar para manter sua candidatura e disse, ao jornal O GLOBO, que a manobra demonstra que os partidos não estão “de fato” representando a sociedade e sim servido de máquinas  de preservação do poder. “O sistema precisa mudar”, disse ao jornal.

A coluna Painel da Folha de São Paulo deste sábado indica que o candidato do PSDB  à presidência da  República, Geraldo Alckmin, que terá o maior tempo de TV, comemorou a união PT e  PSB em função do isolamento imposto ao outro candidato de  esquerda Ciro Gomes  (PDT). Ciro é o nome que, sem Lula, aparece  na frente de Alckmin na disputa.

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