Por Rosiene Carvalho , da Redação
“Sou inocente. Fui usado”. A declaração é do ex-vice governador do Amazonas Henrique Oliveira, que foi cassado e afastado do cargo quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou que houve compra de votos na eleição do governador cassado José Melo, em maio do ano passado.
Henrique disparou na manhã deste domingo decisão, de mérito, do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski livrando-o da perda dos direitos políticos em função das acusações que levaram a cassação de Melo e o decreto de sua inelegibilidade por oito anos.
Na sexta-feira, dia 3, foi publicada no site do STF a decisão do ministro em relação a todos os recursos contra a cassação de Melo. O apresentado pelo senador Eduardo Braga, após a eleição suplementar, para que ele assumisse o cargo e o da ALE-AM para que houvesse eleição indireta.
“Essa notícia me enche de alegria, da minha família, dos meus amigos e principalmente das pessoas que acreditaram na minha vida pública. O STF decretou a minha inocência”, declarou.
Defesa
A defesa de Henrique alegou e conseguiu comprovar que ele não participou de qualquer ato irregular naquela campanha. As acusações de compra de votos são de período em que o ex-vice-governador sequer era do grupo de José Melo.
Naquele pleito, Henrique foi alçado ao cargo de vice já no final do prazo para as convenções como forma de compensar o desconhecimento de Melo junto ao eleitorado em Manaus.
O STF entende que a perda de cargo de vice, em decorrência da cassação do titular, sem que o vice tenha participado de ato irregular não impõe a perda dos diretos políticos.
Henrique desde a cassação carrega nas costas o peso das mesmas acusações que recaíram sobre o ex-governador, que após isolamento político foi preso e denunciado por corrupção no desdobramento da operação Maus Caminhos, Estado de Emergência, deflagrado no final do ano passado.
O ex-vice governador, na verdade, já carregou o peso Melo nas Eleições 2016, cujo cargo em disputa era o de prefeito de Manaus. Naquela eleição, saiu do pleito como o penúltimo com apenas 16.825 votos sem receber apoio do Melo ou do governo naquela eleição.
Na eleição para prefeito anterior, o resultado deu a Henrique situação bem diferente. Foram os votos dele, que disputou a eleição com praticamente seu partido e carisma, que levaram a disputa para o segundo turno.
Henrique recebeu 156.648 votos. O segundo lugar, Vanessa Grazziotin (PCdoB), 189.861. Com isso, a comunista foi quem passou para o segundo turno com Arthur Virgílio Neto (PSDB) na frente.
Nas eleições proporcionais, Henrique sempre foi campeão de votos e pulou do cargo de vereador para deputado federal.
Neste domingo, o partido que ele comanda hoje no Amazonas, o Pros, fez sua convenção. Decidiu subir no palanque do pré-candidato ao Governo do Amazonas, David Almeida (PSB), e e lançá-lo para o cargo de deputado federal.
Foto: Arquivo BNC