Da Redação
O candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Estado do Amazonas, Berg da UGT, declarou, em entrevista ao BNC Sabatina, nesta segunda-feira, dia 13, que discorda da dissertação da vereadora assassinada no Rio de Janeiro, Marielle Franco, sobre as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Marielle fez a sua dissertação de mestrado com conteúdo crítico à polícia de segurança pública e o resultado para as comunidades a partir da implantação das UPPs no Rio de Janeiro.
“É… dentro do que ela coloca, recentemente (discordo), porque, quando a gente estava desenhando isso, já algum tempo atrás, eu não tinha colocado aí especificamente era da unidade lá no início. Aquela situação que ficou apaziguada o Rio de Janeiro ficou uma situação melhorada naquele momento”, declarou.
Berg da UGT, sindicalista indicado para representar a bandeira da esquerda nas Eleições 2018 no Amazonas, defendeu a implantação de UPPs nas áreas mais perigosas do Estado como forma de enfrentar os problemas de segurança pública no Amazonas.
Em entrevista aos jornalistas do BNC Neuton Corrêa, Eustáquio Libório, Rosiene Carvalho e ao jornalista do site “Estado Político”, Lúcio Pinheiro, Berg da UGT expôs por uma hora os principais pontos de seu plano de governo e propostas para a economia, saúde, educação e administração pública no Amazonas.
Em relação aos baixos recursos de campanha, Berg disse que não precisa de muito dinheiro porque não comprará votos e sim conquistará o eleitor a partir da indignação e da vontade de mudança no Estado.
Berg da UGT é sindicalista, funcionário da Caixa Econômica Federal há mais de 30 anos.
Esquerda X Direita
A vereadora carioca Marielle Franco virou símbolo nacional do PSOL após o brutal assassinato em 14 de março deste ano, resultado de suas posições políticas de denúncia de abusos policiais em comunidades mais pobres do Rio de Janeiro. A fala da vereadora tinha ressonância na realidade das comunidades em que ela vivia e em estudos científicos.
Para se ter ideia do quanto o nome de Marielle ganhou peso e é respeitado dentro do PSOL, ao se apresentar no debate da TV Band, o presidenciável da sigla, Guilherme Boulos, declarou: “Sou do partido de Mariele Franco”.
O metrado da vereadora, cujo o tema foi (“UPP : A Redução da Favela a Três Letras”), defendeu que as unidades fortaleciam “um Estado Penal que, pelo discurso da ‘insegurança social’, aplica uma política voltada para repressão e controle dos mais pobres”.
Marielle também foi coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).
Não foi só neste ponto que Berg da UGT mostrou distanciamento e falta de entrosamento com as bandeiras que Guilherme Boulos e o PSOL defendem no plano nacional.
Na entrevista ao BNC , Berg justifica a falta de propostas ligadas ao déficit habitacional, à política para mulheres, questão indígena no seu plano de governo, entre outras ausências da linha da esquerda, como um programa que não é “voltado para segmentos” e sim para a população “em geral”.
Por outro lado, o candidato dos socialistas defendeu temas que são linhas de tensão e políticas usadas por candidato que nesta eleição no Amazonas melhor representa o que a esquerda costuma chamar de “grupo que se revesa no poder há mais de 30 anos”.
Como políticas para mulheres, Berg citou “a carreta da mulher”, criada por Amazonino Mendes (PDT). E disse que concorda que, por meio do voto, um político permanece à frente de um cargo público por vários mandatos se for um bom gestor. O candidato do PSOL está em seu quarto mandato no Sindicato dos Bancários.
Confira a entrevista:
Neuton Corrêa: O senhor pode se apresentar?
Berg da UGT: Eu sou Nindberg Barbosa dos Santos. Filho de caboco do Careiro da Várzea com uma paraibana. Tenho hoje 56 anos. Sou empregado da Caixa Econômica há 36 anos. Estou presente no Sindicato dos Bancários há quatro mandatos e estamos aqui para disputar o Governo do Estado.
Lúcio Pinheiro: Candidato, o Brasil, neste primeiro trimestre, registrou 13 milhões de desempregados, 250 mil só no Amazonas. O senhor, como militante da causa do trabalhador, traz que proposta para ampliar o emprego no estado?
Berg da UGT: O que temos no nosso plano de governo é incentivo às micros e pequenas empresas para gerar emprego e renda. Muitas pessoas pensam diferente da gente. Os grandes empresários têm sim uma grande participação no mercado de trabalho. Mas o que gera emprego e gera renda são os micro e pequenos empresários. Precisamos que eles consigam contratar para oxigenar a economia do Estado. Temos sim um grande número de pessoas desempregadas e com a situação que estamos planejando para botar na empregabilidade, fazer alguns cargos técnicos para que as pessoas possam ser absorvidas no mercado de trabalho.
Rosiene Carvalho: Qual a solução para o interior do Estado dentro dessa sua perspectiva? Porque aí há uma complexidade muito maior. Exige algo mais que uma proposta genérica em relação à questão administrativa e tecnológica.
Berg da UGT: Eu já morei no interior por algum tempo. Morei em Eirunepé. em Benjamin Constant. Visitei Tabatinga, São Paulo de Olivença. E estive recentemente em São Gabriel da Cachoeira numa missão com o Exército.
Rosiene Carvalho: Só um parêntese, resumindo, o senhor conhece quantos municípios do interior?
Berg da UGT: Eu conheço 12. Fora os outros que eu visitei poque o Sindicato dos Bancários do Amazonas, ele é do Amazonas. Temos 42 municípios do Amazonas com agências bancárias. Então, para essa questão especifica, para que não haja o êxito para a capital, temos no nosso projeto a agricultura local. Temos que deixar que as pessoas produzam seus alimentos para gerar emprego e renda. Porque a grande questão que se vivencia hoje no Estado é de quem mais gera emprego é a secretaria de Saúde e Segurança. Quem não está dentro desta roda, tem que ir para a informalidade.
Eustáquio Libório: O senhor é sindicalista e o governo viveu no ano passado greves no setor de Saúde e Segurança. Como o senhor avalia e como vai resolver essas duas situações em áreas, digamos, muito complexas e que tocam a população de perto?
Berg da UGT: Nós valorizamos muito o trabalhador. É ele que faz a riqueza do nosso Estado e do nosso País. Nosso plano de governo está registrado lá no TRE e TSE. Nós vamos valorizar o trabalhador em todos os sentidos. Todo ano, por lei, nós temos que ter um reajuste salarial. Então, vamos ter que implementar no nosso orçamento para que todo ano ele não precise fazer uma greve para ter o direito dele garantido. E muitas das vezes essas greves que estão acontecendo, acontecem pela falta de trabalho e não pela remuneração. Aí, sim, temos que entrar e fazer com que todo recurso que venha seja o funcionário púbico seja chamado, na sua plenitude, servidor sem precisar fazer greve para reivindicar seus direitos.
Eustáquio Libório: É uma maneira de contornar as greves? Essa é a sua ideia?
Berg da UGT: As pessoas só vão para o enfrentamento quando há embate entre patrão e empregado e a gente não vai para um denominador comum. Esse denominador comum não chega porque alguém não está dando o devido valor para aquelas pessoas. No nosso plano de governo, está lá, vamos valorizar os funcionários públicos.
Neuton Corrêa: No seu plano de governo, o senhor fala de Sudam, Sudene, órgãos federais. Queria que o senhor explicasse um pouco sobre isso. E os órgãos do Governo do Estado? Por que essa opção pelos órgãos federais?
Berg da UGT: No nosso plano de governo, colocamos duas situações. Primeiros, quando colocarmos nosso secretariado, serão pessoas técnicas comprometidas mesmo com o desenvolvimento do Estado. Esses parceiros, até controladores, é o que vamos ter para buscar recursos externos. Esse dinheiro que vamos ter, do recurso internos, que vamos canalizar para implementar políticas públicas que hoje estão faltando no nosso Estado.
Neuton Corrêa: A minha questão é que, a Suframa, por exemplo, ao invés de socorrer alguém, ela busca socorro: recursos contingenciados pelo governo. De onde viria este dinheiro.
Berg da UGT: Pela análise que estamos fazendo. Estamos fazendo um estudo de todas essas viabilidades. Até o dia 15 vamos fazer um reajuste no nosso plano de governo. Estamos fazendo tratativas, de maneira que todo esse recurso que a gente verificou que estão sendo canalizados ou desviados, temos que fazer. O que verificamos hoje, pelo Portal Transparência, é que tem recurso que hoje não é aplicado devidamente. E a Suframa, que é um órgão que possa fazer dentro do Distrito Industrial, a geração de emprego e renda ou incetiva. Precisamos de pareceres técnicos para tomar uma decisões certas
Rosiene Carvalho: No seu plano de governo, o senhor diz que tem que desonerar a folha de pagamento. É mais um ponto que para mim ficou vago . De que exatamente o senhor trata neste ponto: demitir temporários? Isso resolve o problema do desemprego?
Berg da UGT: A desoneração da folha se dá, inclusive, com o enxugamento daquele bando de assessores que nós vimos. Assessoresv recebendo valores vultuosos, e aqueles que são concursados não estão tendo essa devida atenção, vamos dizer assim, com o gestor público. É isso que vamos conseguir ajuntar muito. A desoneração que estamos propondo, no nosso plano de governo, é o enxugamento desse bando de assessores porque hoje, eles não estão contribuindo com o Estado do Amazonas.
Lúcio Pinheiro: No seu plano de governo, o senhor fala em extinguir secretarias, que hoje já soma cerca de 24. Quais secretarias que existiam e vão deixar de existir, no seu governo?
Berg da UGT: Nós não colocamos assim que iríamos extinguir secretarias. Temos colocado e reafirmando que vamos deixar as secretarias com pessoas técnicas, com pessoas com competêncoia para que nós possamos fazer a administação com a maior tranquilidade do mundo, com a maior transparência. Vamos deixar o que não conseguimos vislumbrar no Estado, eu por exemplo, na Saúde, medicamentos. Você chega nos hospitais não tem leitos. Então, não falamos escrito que queríamos extinguir secretarias.
Rosiene Carvalho: O senhor fala em revisão. É essa palavra que usa. Revisar é, portanto, esse pente-fino separando quem produz e quem está por indicação política?
Berg da UGT: Quando falo em revisar é colocar uma pessoas técnica para que a gente não possa estar pagando uma conta. Quem paga a conta é o gestor. Temos que estar acompanhando. Esse é um compromisso meu e da Ilzanete (candidato à vice na chapa) de ficar fiscalizando o recurso de maneira que a gente possa não estar pagando uma conta. A melhor coisa que eu tenho na minha vida é entrar e sair de cabeça erguida nos cantos, coisa que a mãe me ensinou. O que estamos propondo? Pegar o recursos e fazer boa utilização dele, de maneira que a gente possa não ser maculado, como temos visto ultimamente.
Rosiene Carvalho: Um problema que o Governo Amazonino Mendes tentou enfrentar e acabou desistindo, em função da opinião pública, foi o valor do salário dos secretários. Salários esses diminuídos na gestão do ex-governador José Melo. O Amazonino, seu adversário neste pleito, diz que o salário é hipocrisia e que é necessário amentar para evitar a corrupção. Qual a sua opinião a respeito do assunto?
Berg da UGT: Naquele episódio, a maior infelicidade foi dizer “eu vou te dar um salário X para que você não roube. Quem tiver roubando, vai ter que responder por aquele roubo. Um salário de R$ 13 mil, que ele acha insuficiente, imagine o trabalhador, dando o suor , tendo que pagar todas as suas despesas, recebendo R$ 1.200. Ou com professor que no seu salário está R$ 700 e tem que receber, auxílio giz, representante de classe para ter o salário de R$ 1.400. Salário de R$ 13 mil é digno sim. Mas as pessoas tem que ter a índole de ser honestas em qualquer cargo.
Eustáquio Libório: No seu plano de governo, o senhor dá destaque ao setor primário. O seu candidato a presidente disse que, se eleito, alguém do MST queria ser o ministro da agricultura. Caso o senhor seja eleito, Sepror também vai ter alguém ligado ao movimento sem terra? O orçamento do ano que vem está acima de R$ 17 bilhões e a Sepror tem um dos menores orçamentos, mudar o orçamento do setor primário?
Berg da UGT: Primeiro, nosso secretariado ser todo técnico. Como concorremos com chapa pura, podemos escolher em qualquer partido ou qualquer pessoas, pessoas comprometidas com o Estado. Essa questão que temos visto. As vicinais que estamos vendo quase que impraticáveis. Temos visto que o governo atual abandoou esse pessoal.
Neuton Corrêa: O seu plano de governo tem um item que trata de esporte. Diz que o senhor pretende dar apoio para à Federação Amazonense de Futebol (Faf), mas é uma entidade criticada por ter em sua presidência uma pessoa que está no cargo há 28 anos e que, aliás, fez parte do trem da alegria e da Fifa para a Copa do Mundo deste ano. Com o senhor pretende conduzir essa relação? É isso mesmo que o seu governo vai fazer? Ter uma relação com pessoas com esse tipo de perfil, centralizador?
Berg da UGT : Obrigado, Neuton. Quando colocamos essa situação de incentivo à Faf, é porque é a Federação Amazonense de Futebol. Nós estamos hoje aproveitando esse “boom”, por exemplo, do futebol feminino de Iranduba. Nessa linha, nós estamos desenhando que nós possamos revitalizar o nosso futebol, o nosso esporte, no estado do Amazonas.
Hoje as pessoas não têm vontade ou qualquer incentivo para que vá aos nossos estádios assistir a qualquer jogo. Os nossos atletas também estão desmotivados. Os nossos clubes, por um motivo ou outro, e aí nós vamos sentar para ver com eles, para poder oxigenar, porque, onde a gente chega a gente vê que o pessoal gosta de futebol. Se tem uma televisãozinha, o pessoal assisti o jogo. Mas não vai assistir aos nossos jogos.
Então, pensando nisso, para trazer um esporte e laser para o amazonense, nós colocamos isso. Infelizmente, na federação, temos um presidente lá que todo mundo tá maculando, por todos os direitos, com todas as afirmativas, que se coloca, que está lá e não tem movimentação nenhuma, agregado. Posso dizer até assim: tem até o Ivan Guimarães, que está fazendo um bom trabalho na federação, mas nós temos que tratar com as instituições. E quem vai modificar esse cenário quando estivermos lá vai ser justamente com os presidentes dos clubes, porque eles é que fazem as modificações.
Neuton Corrêa: Como o senhor pretende fazer isso sem da participação do presidente da Faf?
Berg da UGT: É porque os presidentes dos clubes que colocam o presidente da federação lá.
Neuton Corrêa: M as ele consegue isso há 28 anos.
Berg da UGT: Pois é. Por um motivo ou outro, nós não vislumbramos nem nesse governo nem nosso outros anterior alguém que tivesse se preocupado em tenta fazer uma gerência para que pudesse colocar o nosso esporte de novo numa situação de série B, como nós tivemos há 20 anos, aproximadamente, quando o São Raimundo, oxigenou um pouquinho e nós tivemos motivação para ir ao estádio e assistir ao futebol.
Hoje nós não temos porque, é o nosso pensamento que está escrito aí: São os governos anteriores, infelizmente, que não tem nenhum projeto que faça a questão de lazer e diversão, que faça essa situação para o povo amazonense.
A gente se preocupa de olhar o que está acontecendo pela saúde, pela educação, pela segurança e pelo esporte lá, salvo aqueles momentos em que deixa a gente indignado, às vezes, é quando há o desembolso de R$ 1 milhão e meio para uma determinada atividade e é localizado em algum canto, como é, as vezes, vai para Garantido, para Caprichoso. E a gente ver pessoas morrendo nos nossos hospitais não tendo saúde, e sendo como está agora não estou inventando. Está na Mau Caminho os desvios de dinheiro. Então, a população também precisa de um pouquinho de lazer e eu acho que a atribuição nossa, enquanto governante, é levar para eles esse lazer.
Libório – O senhor falou dois bois, no Caprichoso, principalmente. Eu vejo que o senhor tem umas iniciativas na área de cultura, mas não vejo nenhuma iniciativa explicita, aqui, sobre maiores oportunidades para os nossos cantores e compositores, pessoal que faz teatro, dança. Qual a sua ideia a respeito de ampliar as atividades para esses profissionais?
Berg da UGT: Nós tínhamos colocado numa conversa e eu disse anteriormente: até o dia 15 nós vamos dar uma reformulada para poder melhorar essa situação do nosso plano de governo. E o que está escrito aí é um pouco genérico porque uma das coisas que eu particularmente gosto, e eu disse na hora que estávamos colocando plano de governo, para ser efetivo é que aqueles “Valores da Terra” que eram antigamente, pra mim, deveriam ser mais incentivados.
Nós temos muitos artistas aqui que não fazem nem os pré-shows daqueles que são contratados de fora. Eu acho que nós temos que incentivar isso aí para que a cultura nossa seja preservada.
Nós temos vistos aí determinadas situações, indignados, que, quando vai se divulgar, o estado do Amazonas, pega-se um índio e uma índia. E o pessoal lá fora acha que aqui só tem índio. Na brincadeira, eu digo pra muitos. Lá, no Amazonas, tem muito índio e tem muito a Índia e a gente sabe como a gente caça lá. Pegue o celular e dê uma olhada aí onde é que é fabricado no seu celular? Então essa situação que a gente tem que fazer, valorizar realmente, as pessoas da terra. Aquele ditado que diz que casa de ferreiro espeto de pau nós temos que quebrar esse paradigma. Nós temos que mostrar que no Amazonas temos pessoas capacitada para tudo inclusive para estar na frente das secretarias pessoas que tem comprometimento para que se desenvolva a nossa cultura.
Lúcio Pinheiro: Candidato, um dos pontos que se coloca junto ao governante que está aí e a quantidade de governos que ele tem e está pleiteando o quinto. Até que ponto o senhor julga que é importante alternância de poder de governo, levando em consideração, como conversamos antes, que o senhor está há 16 anos à frente do sindicato, acumulando mandatos sucessivos. Eu queria que se eu falasse para gente o que o senhor pensa sobre isso essa falta de alternância de governos?
Berg da UGT: Obrigado Lúcio, você me dar oportunidade de esclarecer para a população porque estamos há 16 anos na frente de uma entidade sindical. De quatro em quatro anos, há um processo eleitoral e as pessoas vão votar, e eu digo para vocês, sempre tem chapa adversária. Ali, a gente sempre volta e a gente consegue em torno de 75% na média de votos.
A avaliação que nós fazemos é que, como não tem nada que nos impeça, é que nosso trabalho, pelo menos naquele momento, está sendo bem aceito, porque 75% de votos de aprovação é um percentual bem considerável.
Em relação a governo com relação à política, eu, na qualidade do governo do estado, só tenho direito a uma reeleição. Se eu pudesse ter mais e tivéssemos fazendo um bom trabalho, eu penso que o governo pode sim continuar.
O que acontece, é por isso que tem essas travas todas, não é meu pensamento, é de muitos que a gente tem discutido, é que na hora que você faz o mandato e tem direito à reeleição…. Nós temos visto que no primeiro mandato, eu trabalho para o povo; no segundo mandato, ninguém trabalha mais com o povo. Eu trabalho para mim.
Eu não quero acusar ninguém nesse sentido, porque eu estou puxando a responsabilidade dando exemplo para mim. Mas, nesse sentido, de políticas públicas que nós temos uma situação de gerir bem, buscar bem, e aplicar bem os nossos recursos, no momento que você estivesse trabalhando bem, eu tenho certeza que hoje na eleição, se tivesse tendo uma boa gestão, gostaríamos aqui, só fazendo nosso papel democrático, porque seria reeleito com maior tranquilidade e no primeiro turno.
Rosiene Carvalho – Candidato, na sua proposta de governo apresentada ao TRE, na área da segurança pública, que é o tema da eleição, o tema mais polêmico e mais preocupante para população, o senhor defende a implantação das UPPs, Unidades de Polícia Pacificadora nas áreas consideradas de risco, sem dizer exatamente que áreas do senhor considera de risco no Estado do Amazonas. E a Marielle Franco, que foi assassinada, do PSOL, que acaba sendo uma bandeira do pessoal falada até pelo Boulos (Guilherme Boulos). Ela fez a dissertação e o tema da dissertação é “UPP, a redução da favela a três letras”. A Marielle analisou, de forma muito crítica, a política de segurança pública do governo Sérgio Cabral e ela considera que a UPP fortalece o estado penal, que, pelo discurso da insegurança sócia, aplicasse uma política voltada para repressão e controle dos mais pobres.
O seu conhecia o trabalho dela? O senhor discorda da tese da Marielle Franco?
Berg da UGT: Rose, na realidade, não é que eu discorde dela. O que aconteceu é que quando nós colocamos no plano de governo nós fizemos um desenho seguinte do início das UPPs. Quem viu o início das unidades pacificadoras, naquele momento, tinha tranquilidade e segurança. Hoje, na realidade, esse tema pode estar, como se diz, que nenhum exército conseguiu acalmar a questão do Rio de Janeiro e hoje a nossa insegurança quem anda dentro de um ônibus que anda na rua, hoje, está totalmente inseguro.
Há pessoas que não têm coragem de puxar o celular para atender no meio da rua. Você liga, pode ser urgente, mas quando chega em determinado local seguro é que a gente vai puxar para atender com medo de ser assaltado.
Então essas unidades que nós estamos colocando é justamente onde nós vamos estar centralizado e vai sair no próximo até o dia 15 no nosso plano de governo. É onde a gente vai estar colocando as melhores pessoas na inteligência tanto da Polícia Civil como na Polícia Militar para que a gente não tenha ela como reativa. Mas que consiga ser proativa nessa situação e garantir a segurança. E como a gente pode fazer essa situação aí? As pessoas onde a gente conversa querem a presença da Polícia e querem ter a segurança de que elas estão seguras. Essa situação que nós estamos colocando, que a gente vai convocar de maneira que naquele local considerado, e a inteligência vai nos dizer, onde está sendo preciso incentivar aquilo para que agente possa melhorar essa situação.
Rosieni Carvalho: Então, o senhor discorda da dissertação da Marielle?
Berg UGT: . É… dentro do que ela coloca, recentemente, porque, quando a gente estava desenhando isso, já algum tempo atrás, eu não tinha colocado aí especificamente era da unidade lá no início. Aquela situação que ficou apaziguada o Rio de Janeiro ficou uma situação melhorada naquele momento.
Neuton Correa: Eu queria que o senhor aprofundasse um pouco mais esse tema segurança pública, porque, no seu plano de governo, parece que não há, e a gente vive uma realidade do estado do Amazonas, que são as fronteiras abertas, não só para o tráfico de drogas mais também de arma e o puder do crime organizado. Como o senhor pensa ser essa questão?
Berg da UGT: – Dentro Dessa situação nós até tínhamos analisados duas situações: Primeiro, quem tem feito ultimamente esse tipo de segurança nas fronteiras e o pessoal da Polícia Federal e a questão da infraestrutura que nós temos hoje deficitária faz com que as drogas chegue muito mais fáceis aqui. Nós estamos numa região de fronteira que faz com que a droga cheguei muito mais fácil aqui. Vem da Bolívia, vem do Peru, vem da Colômbia, porque para quem vai, por exemplo, para Tabatinga, basta atravessar a rua da Amizade que você já está com o tráfico dentro do Brasil
Então dentro dessa situação toda essa infraestrutura que a gente puder colocar, analisando todas as questões financeiras também para incrementar inclusive fazer o monitoramento e armamento, porque quem está lá? Estive recentemente visitando. Com o exército lá, o Exército usa aquele para Fal e os caras daquele outro lado usam aquelas metralhadoras R-15 com aquele equipamento lá do pessoal do contrabando que é muito mais forte e a gente tem visto que tem tido baixa dentro dessas questão.
Eu digo que a gente colocou aí ainda dentro do outro estudo que a gente está fazendo para complementar o nosso plano de governo, mas a infraestrutura maior aqui se tem colocado é exatamente isso: monitoramento e o aparelhamento realmente de quem está fiscalizando ali
Libório: Eu queria mudar um pouquinho o tema para questão do financiamento de campanha. Com as mudanças que aconteceram e parece que isso dificultou muito para os partidos pequenos. No caso do PSOL, que me parece que tem mil e poucos poucos filiados no Amazonas, como fica essa situação como o pessoal que está trabalhando para obter recursos para campanha, considerando que em nível nacional é que isso não passa de R$ 21 milhões e uma fração?
Berga da UGT: Dentro dessa situação do fundo de campanha o que nós tiramos pelo pessoal é o recurso realmente é mais escasso. Pessoal diz: olha vai somos pequenos. Nós não somos pequenos, porque não somos pequenos, razão pela qual nós estamos colocando uma candidatura majoritária e estamos usando os recursos que nós temos. Hoje, nós estamos usando o Facebook, WhatsApp, ou seja, todas as mídias que nós temos.
Libório: Só para esclarecer: eu falei pequeno no sentido do número de filiados. Parece que isso é uma métrica, aqui, aparentemente
Berg da UGT: O partido é novo aqui no estado. Nós estamos com 42 municípios que já tem diretório. Então, a militância hoje vai fazer a diferença, independente do recurso financeiro que vai ser repassado no fundo partidário
Neuton Corrêa: Qual estimativa de gasto apresentado?
Berg da UGT: R$ 104 mil.
Neuton Corrêa: É o suficiente?
Berg da UGT: Acreditamos que sim. Nós estamos colocando para toda população manauara que nós não vamos fazer aquela política estar comprometendo, comprando voto, estar pagando alguma coisa para alguém. A material vai ser usado para nossa campanha de maneira que a gente possa ter material proporcional para pessoas que vão votar na gente vão ser as pessoas que estão conscientes e que querem realmente a mudança no estado do Amazonas.
Libório: A TV vai ajudar nisso ou tempo de TV é muito pequeno?
Berg da UGT: Nós temos teoricamente 15, 16 segundos de tempo de televisão, mas nós vamos colocar as propostas conforme forem aparecendo. Edigo para você, Libório, que vai fazer o diferencial vai ser a indignação desse povo que estamos vendo hoje, já que tivemos quase um milhão de pessoas que se abstiveram na eleição passada, porque não estão querendo mais a política praticada no estado. Essa foi uma das razões que me fizeram candidato no Estado do Amazonas.
Eu também já tive várias situações com a minha mãe dentro João Lúcio, já tive problema com meu pai no 28 de Agosto tempo atar as porque ele já faleceu e essa situação me deixa muito constrangido.
Eu quando fui para Eirunepé e tive um acidente de moto na quinta-feira. Lá só havia voos segunda, quarta e sexta-feira. Eu me acidentei na quinta-feira noite passei quinta noite e sexta o dia todinho e só vim sair nove ão no sábado de manhã tomando água e mingau de maizena porque não tinha um medicamento para poder parar minha dor hoje eu acho inadmissível você chegar no posto no pronto-socorro chegar no hospital público e você não ter uma de Perona para passar na tua dor você não ter um medicamento o esparadrapo para fazer…
Libório: É uma crítica ao sistema de saúde do estado?
Berg da UGT: Sim.
Libório: Então, se eu acho aqui de modo geral o partido tem como custear a campanha e ter resultados aqui no Amazonas?
Berg da UGT : E nós vamos fazer lá
Rosiene Carvalho: Uma dúvida dentro da pergunta do Libório é que sempre R$ 104 mil para uma campanha no Estado do Amazonas é um valor muito modesto, mas não deixa de ser um valor muito grande para um partido na estrutura que o senhor diz que o PSOL ? Quem vai financiar sua campanha?
Berg da UGT: Me permita discordar de você, Rose, porque eu nós estamos buscando o que nós estamos colocando é pedindo o voto. Quando chegar no momento certo do eleitor ele é que vai fazer a diferença não vai ser o dinheiro que vai fazer que vai comprar nessa campanha. Eu tenho certeza que nós vamos ter oportunidade de mostrar que nós vamos ter uma campanha com recursos enxuto, sem precisar estar maculando qualquer situação e eu não voto e voto não se compra voto é conquistado por proposta. E com vontade fazer.
Rosiene Carvalho: Dinheiro de compra de voto não é um dinheiro declarado, ninguém declara que compra votos. Eu estou lhe perguntando é que esses R$ 104 mil, quem vai financiar? De onde vem: são dos militantes do PSOL, de empresários? Qual foram os seus contatos pra financiar a sua campanha?
Berg da UGT – Nossa campanha toda feita pela militância.
Rosiene Carvalho – É da executiva nacional?
Berg da UGT: Vai ter o repasse do fundo passe partidário e dentro do que eu estou colocando para você é que nós estamos indo no corpo a corpo, visitando as pessoas numa pré-campanha pedindo que multiplique os nossos votos. O que eu quero falar para você é que não vai ser eu ter R$ 23 milhões. Se eu tivesse R$ 23 milhões. Tenho R$ 104 mil, porque a mídia hoje que nós estamos colocando ela é o melhor que tem convencimento das pessoas. Chegou a hora da mudança, que nós queremos mudança nós temos alguém que pode fazer essa mudança.
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Foto: Reprodução/BNC Play