Começou o racha no PT por culpa de Bolsonaro, diz Andréia Sadi

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Publicado em: 04/10/2018 Ă s 00:23 | Atualizado em: 04/10/2018 Ă s 08:32

Começou o racha na campanha presidencial do PT. A vantagem do candidato Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas de intenĂ§Ă£o de voto para presidente abriu uma crise no comando da campanha de Fernando Haddad (PT).

LĂ¡, ninguĂ©m se entende sobre a melhor estratĂ©gia a ser adotada a poucos dias da eleiĂ§Ă£o para reagir ao adversĂ¡rio, conforme conta a jornalista AndrĂ©ia Sadi no Blog dela no G1.

Nesta terça-feira, dia 2, em SĂ£o Paulo, o comitĂª nacional de campanha de Haddad – com a presença de todos os cardeais petistas e de partidos aliados – expĂ´s o racha na campanha.

Uma ala reagiu veementemente Ă  proposta de que o candidato deveria colocar mais a sua prĂ³pria personalidade e ser, nas palavras de um aliado, “menos advogado de Lula e mais Fernando”.

O temor desta ala do PT que rechaça mudanças: que Haddad faça acenos ao mercado financeiro, ou promova alianças com candidatos do centro antes do segundo turno, o que poderia afastar eleitor de esquerda.

Problema Ă© exatamente chegar ao segundo turno.

Quem defende o contrĂ¡rio no PT diz que Haddad “precisa romper este casulo se quiser se assegurar no segundo turno e ter alguma chance”.

Ocorre que o comando do PT, como ficou claro na reuniĂ£o de terça, rejeita qualquer possibilidade de descolamento da cartilha original.

 

O teto petista

Mesmo diante da anĂ¡lise de que a transferĂªncia de votos do ex-presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva atingiu o teto e de que o candidato precisa ampliar os apoios.

Uma das propostas discutidas, segundo relato de um integrante da campanha ao blog, era a de pregar que, se eleito, Jair Bolsonaro faria “com uma ditadura” o que Temer “nĂ£o conseguiu com a democracia”: as chamadas reformas estruturais.

Mas, o PT se recusou, porque quer manter a narrativa de que jĂ¡ vivem um “golpe” apĂ³s a prisĂ£o de Lula – condenado em segunda instĂ¢ncia por corrupĂ§Ă£o.

Entre os petistas que tĂªm participado das discussões sobre os novos rumos da campanha de Haddad, estĂ£o Gleisi Hoffmann, Paulo Okamotto, lideranças do PCdoB, SĂ©rgio Gabrielli, entre outros.

Por ora, consenso no comando do PT existe apenas para apontar os responsĂ¡veis pela estagnaĂ§Ă£o de Haddad e rejeiĂ§Ă£o do partido nas pesquisas: os outros, os adversĂ¡rios. Sem autocrĂ­tica.

 

Foto: Eduardo Matysiak/agĂªncia PT