O crime invadiu o Estado, e não um hospital

Governador anuncia mega pacote de enfrentamento ao coronavírus

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 26/11/2018 às 21:12 | Atualizado em: 26/11/2018 às 21:12

Neuton Corrêa, da Redação

 

A invasão por criminosos ao hospital e pronto-socorro 28 de Agosto, na região centro-sul de Manaus, na noite deste domingo, dia 25, não deve ser visto como um episódio isolado e desconectado. Nem pode ser interpretado como apenas mais um recado ao governo.

Simbolicamente, não foi isso que aconteceu. O que houve ali foi um ataque ao Estado. Um desafio do poder criminal ao poder público.

Politicamente, o Estado precisa entender a ocorrência como um atentado. Afinal, o poder do crime atingiu seu objetivo: desmoralizou as forças de segurança pública, criou instabilidade ao serviço público e mostrou para a população que ninguém está protegido. Nem mesmo dentro das estruturas públicas.

Com esse fato, o crime organizado passou a ideia de que está à altura de confrontar o governo, caso este crie problema para os seus negócios ilícitos.

O Estado, agora, por sua vez, precisa reagir. E não só prendendo os “soldados do crime”. Estes são pau-mandados, obrigados mesmo a cumprir certas missões inglórias.

É hora de o Estado mostrar sua posição de mando, que não se intimida. Mais que isso, dar provas à sociedade que tem serviço de inteligência que funciona, que é capaz de apresentar a origem da ordem para a invasão ao hospital.

Estará tapando o sol com peneira se deixar essa demonstração de força do crime organizado na conta de “guerra de facções”.

 

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Foto: Divulgação (arquivo)