A pedido de deputado, ministro do STF suspende investigaĂ§Ă£o a Queiroz

Publicado em: 17/01/2019 Ă s 15:05 | Atualizado em: 17/01/2019 Ă s 15:05

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender provisoriamente, nesta quinta-feira (17), as investigações da movimentaĂ§Ă£o financeira do ex-assessor do deputado estadual e senador eleito do PSL-RJ FlĂ¡vio Bolsonaro (na foto com Queiroz).

A investigaĂ§Ă£o foi instaurada pelo MinistĂ©rio PĂºblico do Rio de Janeiro que apura movimentações financeiras de Fabricio Queiroz consideradas “atĂ­picas” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Vice-presidente do STF e ministro de plantĂ£o durante o recesso do JudiciĂ¡rio, Fux atendeu a pedido do deputado estadual e senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), de quem Queiroz foi assessor.

O Coaf apontou movimentaĂ§Ă£o de R$ 1,2 milhĂ£o em uma conta bancĂ¡ria de Queiroz durante um ano sem que houvesse esclarecimento.

Flavio Ă© um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Ele nĂ£o Ă© investigado no caso.

Queiroz foi convocado duas vezes a depor pelo MinistĂ©rio PĂºblico do Rio, mas nĂ£o compareceu, sob o argumento de que tem problemas de saĂºde.

Flavio Bolsonaro foi chamado, mas tambĂ©m nĂ£o foi. Familiares do ex-assessor tambĂ©m nĂ£o compareceram.

A decisĂ£o de Fux foi assinada nesta quarta-feira (16). O relator do caso, por sorteio, Ă© o ministro Marco AurĂ©lio Mello, mas, em razĂ£o do recesso do JudiciĂ¡rio, Fux, ministro de plantĂ£o, decidiu.

Luiz Fux determinou a suspensĂ£o da investigaĂ§Ă£o temporariamente, atĂ© que Marco AurĂ©lio Mello tome uma decisĂ£o, apĂ³s o recesso, que termina no prĂ³ximo dia 31.

O ministro entendeu que, como FlĂ¡vio Bolsonaro passou a ter foro privilegiado ao ser diplomado – ele tomarĂ¡ posse como senador em fevereiro –, caberĂ¡ ao relator no STF decidir sobre a continuidade da investigaĂ§Ă£o.

 

Foro privilegiado

Em maio do ano passado, o STF restringiu o foro privilegiado aos atos cometidos durante o mandato e em razĂ£o do cargo, mas tambĂ©m decidiu que cabe ao Supremo analisar o que fica no tribunal e o que vai para instĂ¢ncias inferiores.

Flavio Bolsonaro tambĂ©m pediu que as investigações do caso fiquem sob responsabilidade do STF e que as provas coletadas atĂ© aqui sejam anuladas. Esses dois pedidos serĂ£o decididos por Marco AurĂ©lio.

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, chegou a dizer que poderia apresentar denĂºncia mesmo sem os depoimentos de Queiroz e Flavio Bolsonaro. Com a decisĂ£o de Fux, isso nĂ£o pode mais ser feito.

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Foto: ReproduĂ§Ă£o/ Congresso em Foco