Por ordem de Maduro, fronteira com Brasil está fechada em Roraima

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 21/02/2019 às 16:02 | Atualizado em: 21/02/2019 às 17:04

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, nesta quinta-feira (21), o fechamento da fronteira com o Brasil por onde entraria ajuda humanitária como alimentos principalmente. O governo de Roraima confirmou, por meio da Folha, que a fronteira foi fechada no início da tarde de hoje.

O caudilho bolivariano fechou também a fronteira com a Colômbia na cidade de Cúcuta, onde mandou que se realizasse um “grande show” de música.

Ele avalia também o fechamento da fronteira colombiana, que centraliza os repasses de doações para os venezuelanos.

Com informações da Agência Brasil, Maduro anunciou o fechamento da fronteira com o Brasil durante reunião com o Estado Maior das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) por videoconferência do Comando Estratégico Operacional de Caracas.

“Decidi que [o espaço] está totalmente fechado, até novo aviso sobre a fronteira terrestre com o Brasil, melhor prevenir do que remediar”, acrescentou Maduro.

“Quero que seja uma fronteira dinâmica e aberta com a Colômbia, mas sem provocações.”

 

Responsabilidades

Maduro disse que responsabilizará o presidente da Colômbia, Iván Duque, sobre qualquer problema que houver na região fronteiriça com a Venezuela. “A Venezuela está passando por uma grande provocação, por isso estamos atualizando o conceito para reagir. O governo que presido está na vanguarda da proteção das pessoas”, disse.

Maduro fez o anúncio durante visita ao maior quartel do exército em Fuerte Tiuna. Também participou de uma videoconferência transmitida por emissoras de televisão e postada no seu perfil no Twitter.

“Vamos ao combate pela pátria”, apelou. “Nosso destino é a vitória sempre. Chávez vive”, disse.

 

Desestabilização

Para Nicolás Maduro, há uma campanha para desestabilizar seu governo.

Ele usou várias expressões críticas aos que lideram o esquema para angariar ajuda humanitária. Segundo ele, há um “espetáculo mundial”, utilizando as necessidades da Venezuela para chamar a atenção.

Maduro afirmou que espera que “triunfe” a paz e a vitória sobre o que chamou de “guerra psicológica”.

De acordo com ele, a cada provocação, haverá uma resposta por parte da Venezuela.

No discurso, o venezuelano agradeceu “a lealdade sempre” dos militares que estão ao seu e citou o solgan “Leais sempre, traidores nunca”.

Segundo ele, como humanista ama o povo e o país “acima de qualquer coisa”.

Há informações não confirmadas oficialmente que foram enviados militares para cidade de Santa Helena de Uairén, na fronteira com o Brasil.

 

EUA

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, viaja para a Colômbia na próxima segunda-feira (25) para negociar com o presidente colombiano a ajuda humanitária para a Venezuela. O vice-presidente pretende defender a saída imedidata de Maduro do poder. Ele também se encontrará com famílias de refugiados venezuelanos.

“A luta na Venezuela é entre ditadura e democracia e liberdade”, disse a secretária de imprensa da Vice-Presidência, Alyssa Farah.

“Juan Guaidó é o único líder legítimo da Venezuela. É o momento de Nicolás Maduro sair.”

Farah reiterou que os Estados Unidos além de apoiar a gestão Guaidó, atuam no fornecimento de ajuda humanitária e no apoio à sociedade venezuelana.

“[Os Estados Unidos trabalham] ao lado do povo da Venezuela até que a democracia e a liberdade sejam totalmente restauradas. ”

 

Data

A Casa Branca informou, por meio de comunicado, que Pence reforçará o apoio ao governo interino de Juan Guaidó, que se autoproclamou “presidente encarregado” no último dia 23.

De acordo com a Casa Branca, Pence ressaltará a necessidade de restabelecer a democracia e combater a ditadura na Venezuela.

No encontro, o vice-presidente vai abodar a crise humanitária e de segurança na Venezuela e os esforços para ajudar a população.

Segundo a Casa Branca, o objetivo é definir medidas concretas que apoiem a população e a transição para a democracia.

É a quinta viagem de Pence para a América Latina como vice-presidente.

Em suas viagens anteriores, ele também se reuniu com venezuelanos que fugiram de seu país.

 

Foto: Tânia Monteiro/ABr