por Neuton Corrêa , da redação
Após 24 horas de negociações que envolveram diretamente o governador Wilson Lima (PSC), a base aliada espera vitória amanhã na votação do projeto que tira 40% (R$ 350 milhões) do Fundo de Desenvolvimento do Turismo e do Interior do Estado (FTI) para tapar parte do rombo de R$ 2,2 milhões da saúde do Amazonas.
Os governistas estimam que a mensagem do Executivo deverá ser aprovada com folga.
Nas contas deles, o projeto deverá receber entre 16 a 18 votos, garantindo folga ao governo, que, nesse caso, precisa apenas de maioria simples, ou seja, a metade mais um dos presentes.
A folga é tanta nas contas da base aliada que os governistas se darão ao luxo de deixar de contar com três votos: os dos deputados Cabo Maciel (PR), Fausto Júnior (PV) e do Delegado Péricles (PSL), que estão em viagem.
Mas a previsão de folga ocorre após intensas conversas provocadas pela Associação Amazonense de Municípios (AAM), que pressionou os deputados e conseguiu abrir um diálogo com o governador, que já recuou da proposta original.
Mudanças
Após essas reuniões, o Executivo resolveu ampliar o repasse para as prefeituras do interior.
Pela proposta original, apenas onze municípios receberiam verba da partilha dos 40% do FTI. Agora todos os municípios participarão do rateio.
Outra mudança foi quanto à fatia que iria para as prefeitos dos R$ 350 milhões. O projeto original, previa 15% e 85% para o pagamentos das empresas médicas. Agora, o governo cedeu cinco pontos percentuais e aceitou ajustar para 20%.
Para o presidente da AAM, Andreson Cavalcante (Pros), foi um avanço, porque antes não havia regulamentação sobre o fundo.
Sem paternidade
Outra solução encontrada pela base aliada para não criar dificuldades na hora da votação do texto, amanhã, será quanto à autoria das emendas que modificarão o projeto do governo.
Não haverá pai da criança. A base aliada decidiu que as emendas serão coletivas.
Ação direta
O governador Wilson Lima atuou direto para acalmar os gestores. Fez reuniões com 15 prefeitos (foto destacada), além de ter tido encontros com os dirigentes da Associação Amazonense de Municípios.
Reforma
O deputado Josué Neto (PSD), presidente da ALE-AM, que atuou na pacificação das discussões acerca do projeto, disse ao BNC AMAZONAS que há necessidade da aprovação da proposta, mas defendeu que o Executivo faça uma reforma no setor de saúde do Amazonas.
“O governo está resolvendo um problema, mas não basta. É preciso estancar a sangria. Uma reforma administrativa específica na área da saúde, é importante porque, senão, daqui a seis, dez meses, ou quando o ano acabar, o problema vai permanecer”, disse Neto.
Foto: Diego Peres/Secom-AM