Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que em junho o desmatamento na Amazônia cresceu 88% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Foram derrubados 920 quilômetros quadrados de floresta. Este é o pior resultado para junho desde 2016 de acordo com o sistema de monitoramento de alertas do Inpe, que monitora a Amazônia há mais de 30 anos.
Um dos trechos com maiores problemas está entre Manaus e Boa Vista. O MapBiomas registrou mais de 2,1 mil alertas ou focos de desmatamento nos últimos seis meses (janeiro a junho). Cada ponto equivale a uma área de 213 quilômetros quadrados. Segundo os pesquisadores, mais de 95% foram desmatamentos ilegais.
Este é exatamente o trecho que Bolsonaro usou para rebater as críticas de governos europeus sobre a política ambiental brasileira. E desafiou o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel.
“O que eles pensam a nosso respeito? Esses dois em especial achavam que estava tratando com governos anteriores. Que, após reuniões como essa, vinham para cá e demarcavam dezenas de áreas indígenas, demarcavam quilombolas, ampliavam área de proteção. Ou seja, dificultavam cada vez mais o nosso progresso aqui no Brasil. Convidei inclusive ele e Angela Merkel para sobrevoar a Amazônia. Se encontrassem, num espaço entre Boa Vista e Manaus, um quilômetro quadrado de desmatamento, eu concordaria com eles”, disse o presidente.
Em entrevista à BBC News Brasil., o cientista Paulo Artaxo, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP) e estudioso da Amazônia desde 1984, previu que o ritmo atual de desmonte da estrutura de fiscalização e da legislação ambiental demonstrado durante os seis primeiros meses do governo Bolsonaro, pode fazer com que a destruição da floresta atinja um limite irreversível.