Sem Fundo Amazônia e fiscalização, desmatamento pode aumentar

Neuto Segundo
Publicado em: 16/08/2019 às 11:37 | Atualizado em: 16/08/2019 às 11:59
Com o possível fim do Fundo Amazônia as fiscalizações feitas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) contra o desmatamento ilegal na floresta podem ser diretamente afetadas. As informações são do portal G1.
Nesta quinta-feira, dia 15, a Noruega, que entre 2009 e 2018 repassou 93,8% dos R$ 3,4 bilhões doados para o Fundo, anunciou a suspensão do repasse de R$ 132,6 milhões.
A Alemanha também já havia anunciado que suspenderia R$ 155 milhões.
As medidas foram anunciadas após o aumento do desmatamento na Amazônia e as mudanças na gestão do Fundo Amazônia, propostas pelo Ministério do Meio Ambiente .
Entre 2016 e 2018, verbas do Fundo financiaram 466 vistorias que geraram aplicação de mais de R$ 2,5 bilhões em multas.
O risco para as fiscalizações após as suspensões se dá porque as verbas financiam, por exemplo, meios de transporte especiais, como veículos 4×4 e helicópteros, que são necessários para a realização das vistorias do Ibama na região.
O Fundo Amazônia contou, nos últimos 10 anos, com 93,8% de verba da Noruega e 5,7% da Alemanha, além de 0,5% de recursos da Petrobras, para ações de combate ao desmatamento e desenvolvimento sustentável.
Quase 60% dos recursos são destinados a instituições do governo.
Desde 2016 o Ibama recebe recursos do fundo para bancar o aluguel de veículos especiais em operações na floresta.
De 2016 a 2018, pelo menos 466 missões de fiscalização do órgão foram bancadas pelo fundo. Ao todo, essas ações geraram aplicação de mais de R$ 2,5 bilhões em multas.
“Simplesmente não vai ter viatura e helicópteros para fiscalização ano que vem. Toda essa estrutura é financiada pelo Fundo Amazônia”, disse um servidor do Ibama que atua com fiscalizações e não quis se identificar por medo de represálias.
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Foto: Divulgação/Ibama