O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), disse ao canal Globo News nesta sexta-feira, dia 23, em São Paulo, que medidas precisam ser tomadas para contenção das queimadas diante de “realidade inegável, que é o aumento significativo das queimadas”.
Wilson afirmou que o Amazonas faz levantamento sobre o que causou o aumento das queimadas.
“Nós estamos fazendo um levantamento sobre o que aconteceu e quem são os principais responsáveis desse aumento e esse levantamento preliminar mostra que há um indicativo de que essas queimadas estão sendo feitas no início, naturalmente, do período de estiagem como acontece todos os anos, para atividade pecuária e para atividade madeireira”, afirmou.
Ele também apontou que há, “em certo grau, a questão da especulação imobiliária e são, então, fatores conjugados que facilitam essa ação”.
Durante longa entrevista, Wilson falou da repercussão internacional sobre queimadas na Amazônia.
“É preciso que a gente comece a fazer uma diferenciação. Há de fato um exagero em relação ao que propaga a mídia internacional ao que está acontecendo na Amazônia. Eu já vi várias manifestações de pessoas influentes, de artistas, de personalidades, gente que fala do que às vezes nem conhece e com posições muito contraditórias daquilo que é realidade na Amazônia”, disse.
Regularização fundiária
O governador também apontou que um dos grandes problemas da Amazônia é a falta de regularização fundiária.
Segundo ele, esse problema “torna mais difícil os órgãos de controle, como Sema, Ipaam, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, coibir quem está causando dano ao meio ambiente”.
Wilson disse ainda que é importante estabelecer uma parceria institucional entre os governadores da Amazônia e o governo federal. E que o Amazonas já faz ações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas.
“Uma preocupação que nós estamos tendo é que nós não temos uma equipe de prevenção e combate às queimadas ativa o ano todo. Já no início de agosto decretamos situação de emergência já observando essa tendência de crescimento da quantidade de queimadas. Montamos, inclusive, uma força-tarefa”.
Ativo ambiental
Em entrevista ao canal BandNews, na noite de quinta, dia 22, Wilson ressaltou que o planejamento plurianual (PPA) que o Governo do Amazonas está construindo para 2020-2023 está alinhado com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e a agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por isso, disse ele, é prioridade o desenvolvimento de atividades econômicas a partir do ativo ambiental da Amazônia.
Wilson afirmou que o Governo do Estado já trabalha na regulamentação de lei de serviços ambientais, parada desde 2016. Com ela, espera abrir mercado de serviços ambientais, principalmente o de créditos de carbono com o potencial da floresta.
“Temos uma lei de serviços ambientais, que estamos regulamentando, e caminhando no estudo de uma proposta ousada, mas necessária, que é a criação de uma bolsa de valores de ativos ambientais”, destacou.
Segundo ele, assim o estado poderá negociar os ativos ambientais com investidores de todas as partes do mundo.
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Foto: Divulgação/Secom