por Iram Alfaia , de Brasília
Em nota publicada nesta segunda-feira, dia 26 no site da liderança, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), anunciou que toda a bancada do partido votará a favor dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM) na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45 que trata da reforma tributária.
Com a saída de Alexandre Frota do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro ficou com 53 parlamentares, um a menos que o PT que voltou a ter a maior bancada da Casa.
A PEC 45 quer acabar com todos os incentivos fiscais no país, o que inviabilizaria o modelo econômico local. O deputado José Ricardo (PT) vai apresentar uma emenda excluindo a ZFM das novas regras e “assegurando a competitividade”.
“Eu e toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores já estamos apoiando a Zona Franca e a emenda do José Ricardo. Mas conhecer de perto toda essa estrutura só nos ajuda a lutar para que esse modelo não acabe, dada a sua importância para essa região e para o Brasil”, afirmou Paulo Pimenta, que visitou semana passada a fábrica da Moto Honda, em Manaus.
No local, ele conheceu a produção industrial da Honda, a maior do polo de duas rodas com cerca de 6 mil trabalhadores empregados diretamente, mas que já chegou a gerar mais de 12 mil.
Empregos
Segundo o parlamentar, o tamanho do polo industrial local lhe impressionou. Responsável pela maior parte da arrecadação de impostos no estado, as indústrias já empregaram 130 mil trabalhadores, atualmente são 80 mil.
“É importante que o parlamento brasileiro possa percorrer o país para conhecer bem o impacto de projetos de desenvolvimento regional como esse”, disse.
José Ricardo gostou da experiência e anunciou que vai levar a ideia à bancada do Amazonas para que todos façam convite aos parlamentares dos seus partidos para visitarem as indústrias locais.
“A economia é vital para a saúde do estado e do meio ambiente. Garantir a Zona Franca vai muito além do que a simples geração de emprego e renda, porque garante a preservação das florestas, influenciando no clima de todo o País e do mundo”.
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De acordo com José Ricardo, é preciso defender a busca de novos modelos econômicos para o estado, mas fortalecendo a Zona Franca, e não destruindo.
“Essa Reforma Tributária não irá mudar a realidade brasileira, no sentido da injustiça fiscal. Porque não mexe com setores da economia que deveriam recolher mais impostos, para ajudar a diminuir essas injustiças. No caso da Zona Franca, vai ser afetada totalmente. Praticamente, vai acabar a ZFM, que hoje é o sustento do Amazonas, caso façam uma revisão das vantagens comparativas de produzir em Manaus, distante dos grandes centros consumidores”, justificou.
Foto: Rarimar Portela