Mercado de trabalho registra alta de 4,6%, indica IBGE

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Mariane Veiga

Publicado em: 16/10/2019 ร s 16:01 | Atualizado em: 16/10/2019 ร s 16:01

O mercado de trabalho brasileiro registrou 90,1 milhรตes de pessoas ocupadas com idade igual ou superior a 14 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatรญstica (IBGE), รฉ uma recuperaรงรฃo da queda anotada hรก trรชs anos.

Entre 2012 e 2015, o crescimento mรฉdio anual foi de 1,2%. A trajetรณria foi interrompida em 2016, quando houve queda de 1,0%. Em 2017, se manteve estรกvel para, em 2018, subir um pouco: 1,5%. Entre 2012 e 2018, a alta ficou em 4,6%.

Embora as mulheres representem mais da metade da populaรงรฃo em idade para trabalhar (52,3%), cabem aos homens a maior parcela de trabalhadores: 56,7%. A participaรงรฃo masculina supera a feminina em todas as regiรตes do paรญs.

Em 2018, o Sudeste anotou a maior participaรงรฃo feminina na ocupaรงรฃo atingindo 44,6%. Entretanto, se for observado o perรญodo de seis anos, em relaรงรฃo a 2012, o Nordeste teve o maior avanรงo no percentual de mulheres ocupadas, passando de 39,8% em 2012, para 42,1% em 2018.

Os dados fazem parte da avaliaรงรฃo dos rendimentos de todos os tipos de trabalho e de outras fontes de pessoas residentes no Brasil, incluรญda na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicรญlio Contรญnua (PNAD Contรญnua) Rendimento de Todas as Fontes 2018, divulgada hoje, dia 16, no Rio de Janeiro, pelo IBGE.

 

Rendimentos

A diferenรงa entre homens e mulheres fica clara tambรฉm quando se analisam os rendimentos de cada grupo. Em 2018, o rendimento mรฉdio mensal real de todos os trabalhos ficou em R$ 2.234,00. Enquanto os homens alcanรงavam R$ 2.460,00, as mulheres nรฃo passavam de R$ 1.938,00.

Segundo o IBGE, isso indica que a proporรงรฃo do rendimento das mulheres em relaรงรฃo ao dos homens chegou a 78,8%.

Para a gerente da PNAD, Maria Lรบcia Vieira, jรก รฉ histรณrica a questรฃo de diferenรงa de rendimento entre homens e mulheres. โ€œSe manteve em 2018 na comparaรงรฃo com 2017. A gente estรก pegando todos os rendimentos de mulheres e homens ocupados e estรก vendo a mรฉdia que ainda รฉ uns 20% abaixoโ€, disse.

 

Cor e raรงa

A pesquisa indica ainda que, em 2018, a populaรงรฃo branca somou 45,2% da populaรงรฃo ocupada. A parda era de 43,5%, mas a preta era bem menor (10,1%). Na comparaรงรฃo com 2012, a banca diminuiu 3,7 pontos percentuais, ao contrรกrio da preta que cresceu 2,0 pontos percentuais, e da parda com alta de 1,3 ponto percentual.

Com rendimento mรฉdio mensal real de todos os trabalhos de R$ 2.897,00, em 2018, as pessoas brancas apresentaram rendimentos 29,7% superiores ร  mรฉdia nacional: R$ 2234,00.

As pessoas pardas com R$ 1.659,00 eram 25,7%, e as pretas com rendimento de R$ 1.636,00 representavam 26,8%. Na visรฃo de Maria Lรบcia, esta รฉ mais uma questรฃo histรณrica que se verifica com a diferenรงa de vencimentos.

โ€œA mesma coisa em relaรงรฃo ร  cor. A gente percebe que a populaรงรฃo branca tem rendimentos superiores na ordem de dois mil e poucos reais, enquanto a populaรงรฃo preta e parda estรก na ordem de R$ 1,6 mil. Entรฃo essa populaรงรฃo preta e parda percebe, ainda, salรกrios inferiores ao da populaรงรฃo brancaโ€, afirmou.

 

Escolaridade

Em relaรงรฃo a 2012, o maior crescimento no nรญvel de instruรงรฃo deu-se no ensino superior completo. Passou de 14,8% da populaรงรฃo ocupada para 20,3% em 2018.

Neste ano, as pessoas com ensino mรฉdio completo eram 59,3%, o que representou um crescimento, uma vez que, no ano anterior, tinha-se 57,4%. Ainda no total de ocupados, 25,8% se referiam aos sem instruรงรฃo ou com ensino fundamental incompleto. Em 2017 eram 27,1%. โ€œร‰ um reflexo da distribuiรงรฃo de escolaridade da populaรงรฃo como um todoโ€, disse.

A pesquisa mostra ainda que, em relaรงรฃo ร  escolaridade, o nรญvel de instruรงรฃo foi determinante para o rendimento mรฉdio mensal real de todos os trabalhos, indicando que, quanto maior o nรญvel de instruรงรฃo, maior รฉ o rendimento.

Conforme a PNAD Contรญnua Rendimento de Todas as Fontes 2018, as pessoas que nรฃo possuรญam instruรงรฃo recebiam R$ 856, o menor rendimento mรฉdio registrado.

Quem tinha ensino fundamental completo ou o equivalente, houve um valor 67,8% maior, e alcanรงou R$ 1.436,00. Mas, para o ensino superior completo, o rendimento mรฉdio (R$ 4.997) era, aproximadamente, trรชs vezes maior dos com ensino mรฉdio e cerca de seis vezes para os sem instruรงรฃo. โ€œA relaรงรฃo entre rendimento do trabalho e escolaridade รฉ relaรงรฃo positivaโ€, completou a pesquisadora.

Fonte: Agรชncia Brasil

 

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Foto: Marcelo Camargo/ Agรชncia Brasil