Bolsonaro diz que não vai cumprimentar Fernández pela vitória na Argentina

Publicado em: 28/10/2019 às 09:12 | Atualizado em: 28/10/2019 às 09:12
A Argentina foi às urnas neste domingo (27) e elegeu presidente o candidato de oposição, Alberto Fernández, em primeiro turno.
Com 95,31% das urnas apuradas, Fernández registrava 47,99% dos votos, contra 40,48% de Mauricio Macri, atual presidente do país.
O eleito terá como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, que comandou o país entre 2007 e 2015
Nas primeiras palavras após a vitória, já reconhecida por Macri, Fernández aproveitou para pedir ao atual governo para que, quando passar à oposição, “seja conscientes do que deixou” e “ajude a reconstruir o país das cinzas.
Bolsonaro
A vitória de Fernández e Kircher contraria a vontade do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), aliado de Macri. Ele já disse que não irá cumprimentar o argentino pela vitória.
“Agora não vamos nos indispor. Vamos esperar o tempo para ver qual é a real posição dele na política. Porque ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo e vamos ver qual linha ele vai adotar”, declarou o presidente brasileiro.
Em agosto, Bolsonaro chegou a dizer que o Rio Grande do Sul poderia se transformar em “um novo estado de Roraima” se houvesse a vitória de Fernández, ligado à esquerda.
Roraima faz fronteira com a Venezuela e sofre com o intenso fluxo de imigrantes vindos do país, que sofre com a crise econômica.
O brasileiro chegou a afirmar, na semana passada, que a retomada da esquerda no país vizinho poderia colocar em risco o Mercosul —bloco comercial fundado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
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Fernández é um aliado da esquerda brasileira. Ele defende que Lula é um preso político e foi visitá-lo na prisão em julho deste ano, durante a campanha. Logo após as primárias argentinas, o presidente eleito argentino chamou Bolsonaro de racista e misógino.
Foto: Martin Zabala/UOL Notícias