Pelos “males e calúnias”, Bolsonaro exclui Folha de S.Paulo de licitação

Mariane Veiga
Publicado em: 29/11/2019 às 15:03 | Atualizado em: 29/11/2019 às 15:03
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disse que o jornal Folha de S.Paulo deveria se retratar do que qualificou de “males e calúnias” à sua pessoa.
A declaração foi dada ao ser questionado sobre os critérios técnicos utilizados pela Presidência da República para excluir o jornal da relação de veículos nacionais e internacionais exigidos em um processo de licitação para fornecimento de acesso digital ao noticiário da imprensa.
Questionado sobre o critério técnico utilizado para deixar a Folha de fora da licitação, Bolsonaro afirmou não poder saber o acontece “nos pormenores de 22 ministérios”.
Ao ser indagado se foi consultado sobre a decisão, não respondeu imediatamente. Mais tarde, ironizou e disse: “a manchete vai ser amanhã ‘não foi consultado sobre tal decisão’”.
Questionado novamente sobre o motivo de o jornal ter sido excluído, ele disse:
“Eu quero pedir à Folha que retrate todos os males e calúnias que fez contra a minha pessoa”.
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No dia 31 de outubro, Bolsonaro anunciou que havia determinado o cancelamento de todas as assinaturas da Folha no governo federal.
Edital do pregão eletrônico publicado nesta quinta-feira, dia 28, no diário oficial da União, prevê a contratação por um ano, prorrogável por mais cinco, de uma empresa especializada em oferecer a assinatura dos veículos à Presidência.
A lista cita 24 jornais e dez revistas. A Folha não é mencionada. O pregão eletrônico, marcado para 10 de dezembro, tem um valor total estimado de R$ 194 mil: R$ 131 mil para jornais e R$ 63 mil para revistas.
O edital prevê, por exemplo, 438 assinaturas de jornais, sendo 74 de O Globo e 73 de O Estado de S. Paulo. Em relação às revistas, a exigência é de 44 acessos digitais à Veja, 44 à IstoÉ, além de 14 à Carta Capital.
Também estão no edital veículos internacionais, como o The New York Times e o El País.
Leia no jornal Folha de S.Paulo.
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Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República