Por Neuton Corrêa, da Redação
Entidade que age nos corredores do Palácio do Planalto e do Congresso contra a indústria do Amazonas e que até já foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir o fim da Zona Franca de Manaus (ZFM), a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) abriu ontem, de forma inédita, seu território para dois amazonenses.
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Foi durante o almoço anual da entidade, realizado em São Paulo com a presença de mais de 500 personalidades dos mais influentes da economia, entre elas auxiliares de Paulo Guedes, ministro da Economia, outra voz anti-ZFM.
O espaço da região foi ocupado por Jorge Júnior, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), entidade que congrega poderosas marcas como Whirlpool, LG, Panasonic, Philco e Samsung, e pelo deputado federal Marcelo Ramos (PL), um dos raros políticos a ter direito a voz no evento.
O parlamentar soube aproveitar o território que ocupou, dizendo o seguinte nas primeiras palavras que pronunciou:
“Estou aqui como defensor da indústria brasileira e da Zona Franca de Manaus” e foi aplaudido inclusive pela cúpula da Abinee e outros opositores do modelo.
“Foi motivo de orgulho para a gente aqui”, descreveu Jorge Júnior, líder empresarial que há muito conhece a hostilidade do território pela experiência que acumulou como técnico da Suframa e como secretário de Planejamento do Amazonas.
Jorge tem participação direta na abertura do espaço pela articulação que vem fazendo entre os principais dirigentes industriais do país para tentar combater o ranço dos formadores de opinião contra a ZFM.
Começou a fazer isso desde 2018, quando foi eleito presidente da Eetros , com articulações nos bastidores.
Essa posição lhe permitiu aproximação com a Abinee, estreitada este ano quando se tornou vice-presidente do Conselho Diretivo da Associação Latino Americana da Indústria Elétrica e Eletrônica (Alainee), organização internacional que tem como presidente Humberto Barbato, presidente da Abinee.
Além disso, há uma questão que hoje que aproxima gregos e troianos: a política fiscal do país, defendida pelo governo Bolsonaro, que propõe o fim do protecionismo industrial e que quer a abertura do mercado nacional para as importações.
Nesses termos, a bandeira de paz serve para todos.
Foto: Colaboração