Decreto de Bolsonaro demite 10,6 mil agentes comunitários de saúde

Ato do presidente da República extingue 14 mil postos efetivos

Bolsonaro comete ato mais grave de agressão à democracia, diz jurista

Neuton Correa

Publicado em: 22/12/2019 às 13:53 | Atualizado em: 22/12/2019 às 13:53

Neuton Corrêa, da Redação

 

Decreto nº 10.185 assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, publicado na sexta-feira, dia 20, vai extinguir a partir do próximo dia 26 de fevereiro, 27.611 cargos efetivos do serviço público federal.

O ato ainda proíbe a abertura de concurso público e o provimento de vagas adicionais, em quantidade que supere o estabelecido em edital de abertura de concurso público para uma série de categorias.

“Parte do número total de postos prevista para ser extinta, no entanto, ainda está ocupada, e as vagas indicadas devem permanecer em funcionamento até que os atuais funcionários deixem suas posições. O restante, que soma 14.227 empregos, poderá ser extinto na data indicada no documento”, informa neste domingo o site Congresso em Foco.

A periferia das grandes cidades e o interior da Amazônia, principalmente o estado do Amazonas, serão fortemente atingidos pela medida, pois o decreto de Bolsonaro alcança os agentes de saúde pública, também conhecidos como agentes comunitários de saúde.

São aqueles servidores que fazem visitas casa a casa e chegam à zona rural, por exemplo, por vicinais e/ou de canoas nos locais mais remotos da região.

Essa categoria, de acordo com o decreto, perderá 10.661 vagas, enquanto os guardas de endemias terão redução de 5.212 vagas e os auxiliares em indigenismo, que já são pouco na região amazônica, onde vive a maioria dos povos indígenas do país, terão baixa de 700 empregos.

 

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República, em 9 de julho de 2019: