Bolsonaro diz que Lula é ‘carta fora do baralho’ em 2022
Segundo o militar reformado, o petista “não é cabo eleitoral para mais ninguém” e não tem mais força para as próximas eleições

Neuto Segundo
Publicado em: 23/12/2019 às 10:50 | Atualizado em: 23/12/2019 às 10:50
O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou em entrevista ao Poder em Foco que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “já é carta fora do baralho” para as eleições de 2022. Segundo o militar reformado, o petista “não é cabo eleitoral para mais ninguém”.
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“Olha, o Lula, mesmo que ele não vá à prisão e continue em liberdade, já está condenado em 2ª Instância. Não vai disputar as eleições. Ele não é cabo eleitoral para mais ninguém. Quando eu andava pelo Brasil na pré-campanha, era recebido nos aeroportos por milhares de pessoas. A imprensa não noticiava isso. O Lula agora, nas suas poucas andanças pelo Brasil, é criticado, é vaiado. Então, eu acredito que o Lula já é uma carta fora do baralho”, afirmou Bolsonaro.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, apresentador do programa Poder em Foco, uma parceria editorial do SBT com o jornal digital Poder360. A gravação foi realizada na última 2ª feira, dia 16 de dezembro de 2019.
O ex-presidente Lula foi condenado em 2 processos da Lava Jato em 2ª Instância, no caso do tríplex do Guarujá e no do sítio de Atibaia. Pela Lei da Ficha Limpa, é inelegível.
Apesar de descartar Lula da disputa presidencial em 2022, Bolsonaro diz que o PT ainda exercerá sua influência:
“Até porque são especialistas em mentir. É o tempo todo mentindo e criando factoides. Esses sim, são fake news. Então, uma parte da população ainda vai ser levada a votar na esquerda”.
Ele disse, no entanto, que “a esquerda não terá a mínima oportunidade”.
O capitão reformado do Exército fez um balanço de seu 1º ano de governo durante a entrevista, gravada no estúdio do SBT, em Brasília.
Exaltou o desempenho da economia, com baixa taxa de juros, inflação controlada e risco Brasil caindo para níveis do início da década.
A respeito de criar 1 imposto sobre transações eletrônicas, não negou. Mas disse que “isso tem de ser muito bem discutido com a sociedade, acalmando a sociedade”, e que seria necessário eliminar algum tributo para colocar uma eventual CPMF no lugar. Preferiu não detalhar: “Nem se toca nesse assunto para evitar ter uma manchete no Natal de que eu quero recriar a CPMF. Isso não é verdade”.
Ao falar a respeito de sua atual encarnação liberal-econômica, relata que a conversão se deu depois de conhecer Paulo Guedes em 2018, na fase de sua pré-campanha a presidente: “Fui estatizante e ele me convenceu. Nessa questão econômica me converti. O ser humano evolui”.
A retórica belicosa e cheia de referências a instrumentos da ditadura militar, segundo Bolsonaro, deve ser entendida como “força de expressão”. Do seu jeito, ele explica:
“São forças de expressão. Devem ser evitadas? Sim, devem. Mas eu de vez em quando escorrego. Eu estava lá em Palmas e falei: ‘Se 1 ministro meu for pego em corrupção, eu boto no pau de arara’. Eu usei uma força de expressão inadequada. Quer que eu faça o quê? Devo ser cassado por causa disso? Devo responder a um processo de impeachment por causa disso? Agora, se eu tivesse falado em carro-bomba, que é especialidade da esquerda? Eu poderia ter falado em carro-bomba”.
E não seria bom refletir mais e evitar essas expressões? “Mais do que falar são seus atos. Em algum momento eu propus algum controle social da mídia, como o PT fez no passado? Foi aprovado há poucos dias [projeto] para triplicar a pena para quem comete crime de calúnia, difamação e injúria nas mídias sociais. Triplicar! [Haverá] veto da minha parte”.
Fonte: Poder 360
Foto: BNC Amazonas