Da redação do BNC em Brasília
Com a imagem do país desgastada no exterior por causa da atual política ambiental, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , anunciou a criação da Secretaria da Amazônia com sede em Manaus.
O novo órgão será criado já no próximo mês como nova estruturada da pasta. Segundo revelou ao Valor Econômico, Ricardo Sales diz que haverá transferência de funcionários de Brasília e contratação em Manaus.
A principal atribuição do órgão é cuidar da “bioeconomia”, do ecoturismo e da implementação de outros pontos como o “pagamento por serviços ambientais.”
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O ministro afirmou que já existe acordo com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para a cessão de um lugar para abrigar a sede. Ele explicou que as questões burocráticas já estão sendo analisadas.
“A ideia é instituirmos um escritório, uma representação permanente do Ministério do Meio Ambiente no coração da Amazônia, que é Manaus (…) Mas aí precisa ver a questão da burocracia. Se é mais fácil a gente fazer uma subdivisão daquelas secretarias que já existem, ter um braço delas lá. Ou criar uma própria para ficar lá com essa missão de preservação específica só da Amazônia”, disse ele ao jornal.
Salles informou que o ministério estuda ainda o numero de funcionários necessários. “Vamos ver qual é o volume necessário [de pessoal], quem quer ir daqui e se tiver gente nova daqui que queira ir para lá também (…) É o sonho de todo ambientalista estar lá na Amazônia, viver aquilo no dia a dia, um negócio mais tangível mesmo.”
Imagem do Brasil
O ministro reconhece que a criação da nova Secretaria vai ajudar para melhorar a imagem do país no exterior, mas nega que seja esse o objetivo.
“Se der certo a agenda da bioeconomia, a imagem melhora. Mas o objetivo não é de imagem. O objetivo é de dar oportunidade, que não se soube dar em administrações passadas, de desenvolvimento para o resto da Amazônia nessas áreas, de biodiversidade, bioeconomia ecoturismo. Isso é fundamental.”
“Colocar de pé a agenda da bioeconomia, que é a forma de você valorizar e dar efetividade para os recursos da biodiversidade, gerar emprego, gerar renda, ter mais patentes, pesquisas na parte de patrimônio genético e tudo, lá na Amazônia”, defendeu.
O ministro informou que o governo tem sido procurado por representantes das indústrias farmacêutica e de cosméticos interessados em investir na região. “Mas não é um ambiente convidativo. Fazer pesquisa é difícil, registrar patente é difícil, então nós precisamos facilitar isso tudo”, disse.
Outra atividade importante a ser desenvolvida pela nova secretaria será o incentivo ao ecoturismo e ao pagamento pelos serviços ambientais.
Sobre esse último ponto, o ministro é questionado sobre a polêmica que envolveu esse tipo de pagamento para produtores rurais, uma vez que isso possibilitaria o aumento do desmatamento.
“Não só produtores, mas gente que tem propriedades com reservas extrativistas ou locais ali que têm ecoturismo e que podem receber um recurso por pagamentos por serviços ambientais [por parte] do governo e de entidades estrangeiras que queiram participar, ser patrocinadoras dessa conservação”, explicou.
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Foto: Alan Santos/Presidência da República