Tefé vai realizar primeira feira do jacaré no Amazonas, em fevereiro
A expectativa da comunidade pela comercialização do jacaré-açu de manejo vem desde 2003

Publicado em: 16/01/2020 às 08:58 | Atualizado em: 16/01/2020 às 08:58
O município de Tefé, a 525 quilômetros de Manaus, vai sediar em 29 de fevereiro a 1ª Feira do Jacaré-Açu de Manejo do Estado do Amazonas.
Isso é o que ficou definido em reunião na terça, dia 14, na sede do Instituto Mamirauá, no município.
A expectativa dos ribeirinhos pela comercialização do jacaré-açu de manejo vem desde 2003, mas o processo para a venda da carne do animal se intensificou a partir de 2017.
Como etapas preliminares da feira, de 25 de novembro a 1º de dezembro de 2019 a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) participou de um curso promovido pelo Instituto Mamirauá sobre legislação, licenciamento e assessoria de desenvolvimento do manejo sustentável de jacarés em Tefé.
A atividade era uma das etapas para a liberação de licença para o manejo do jacaré no Amazonas e o documento resultante deverá estar disponível ainda em janeiro de 2020.
Da reunião participaram os secretários municipais executivo de Turismo de Tefé, Christophan Mota, de Produção e Abastecimento, Antônio Nascimento, do gerente do Sebrae-AM em Tefé, José Antônio, e do analista de pesquisa e responsável pelo programa de manejo e conservação de jacarés do Instituto Mamirauá, Diogo Lima.
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Potencial econômico
O jacaré é um dos animais da região amazônica de grande potencial econômico, por ser completamente aproveitado para comercialização. O couro é vendido para o mercado de bolsas e sapatos por cerca de R$ 30 o centímetro, já a carne é destinada à alimentação e as vísceras são utilizadas para fazer ração animal.
A expectativa com a feira é de comercialização de 50 a 70 jacarés-açus (equivalente a 700 kg de carne) com tamanho inicial de 2 metros.
Os cortes da carne (patas, tronco e o rabo) deverão ser feitos na própria feira e serão comercializados com o preço similar ao do pirarucu de manejo que varia de R$ 12 a R$ 13 o quilo da carne.
De acordo com Mota, além da implantação da cadeia produtiva e comercial que envolve a comunidade, o cidadão irá consumir a carne do animal de forma “legal”.
“Enquanto gestão municipal, temos o objetivo inserir a carne de jacaré no cardápio dos restaurantes de nossa cidade e assim trazer mais essa peculiaridade para o nosso município“, disse.
Foto: Divulgação