Servidores públicos acusam Paulo Guedes de assédio institucional

Servidores do Poder Judiciário emitiram nota informando que irão avaliar “medidas jurídicas por assédio institucional” contra as declarações do ministro

Servidores públicos vão processar Paulo Guedes

Neuto Segundo

Publicado em: 08/02/2020 às 12:02 | Atualizado em: 08/02/2020 às 12:02

O ministro da Economia, Paulo Guedes, é alvo de críticas de diversas entidades representativas de categorias do serviço público por compará-los  a “parasitas”.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe) disse em nota que vai avaliar “medidas jurídicas por assédio institucional”.

Está convocada para o dia 18 de março uma greve nacional do serviço público. A movimentação para o ato já existia antes da fala do ministro.

 

Leia mais

 

Líder dos evangélicos acusa Paulo Guedes de querer matar ZFM

 

Nessa sexta-feira, 7, ao comentar a reforma administrativa proposta pelo governo federal, o economista criticou o reajuste anual dos servidores e afirmou que eles já têm privilégios, como  estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”.

“O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, declarou durante palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EPGE), no Rio de Janeiro.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), uma das principais entidades representativas do serviço público também criticou a declaração do ministro.

“Em sua declaração, o ministro da Economia desrespeita de forma gratuita e desmedida os 12 milhões de servidores públicos brasileiros, que buscam dia após dia prestar serviços de qualidade à população. Demonstra, ademais, preconceito e desprezo ao funcionalismo, em todos os níveis da federação, deixando claro que seu intento é a destruição do Estado Social”, consta em trecho da nota assinada pelo presidente da Fonacate, Rudnei Marques, e pelo secretário-geral, Marcelino Rodrigues.

Outras representações de trabalhadores do funcionalismo público que se  manifestaram contra foram a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Fiscal do Brasil (Anfip), Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF), e Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef).

O Ministério da Economia afirmou em nota publicada na sexta-feira que a comparação feita pelo ministro Paulo Guedes entre servidores públicos e parasitas se tratava de uma situação específica, que foi retirada de contexto pela imprensa.

O ministério afirmou que Guedes “lamenta profundamente que sua fala tenha sido retirada de contexto pela imprensa” e que o episódio desviou a atenção “do que é realmente importante no momento”, que seria a transformação do Estado para “prestar melhores serviços ao cidadão”.

A pasta diz também que o ministro reconheceu “a elevada qualidade do quadro de servidores”, antes de fazer a comparação, que era voltada especificamente para “estados e municípios que têm o orçamento comprometido com a folha de pagamento”.

 

Foto: Agência Brasil