Cinco dias após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizer que “os governadores no Conselho da Amazônia não resolvem nada”, o vice-presidente e coordenador da pasta, general Hamilton Mourão (PRTB) afirmou que os chefes do Executivo estadual serão ouvidos sobre as decisões e que “ninguém está excluído”.
A declaração foi dada nesta segunda-feira, dia 17, em entrevista à imprensa, em Manaus, na sede do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA).
O vice-presidente afirmou que está percorrendo os estados da Amazônia para captar informações e montar um planejamento para a região sobre o tripé proteção, preservação e desenvolvimento.
“Uma vez juntado tudo isso aí, a minha equipe vai montar um planejamento. E aí nós chamamos novamente os integrantes do conselho [e perguntamos] tá ok isso aqui, tá bom? Chamamos os governadores [e perguntamos] tá bom isso aqui, vocês querem alguma mudança? E vamos executar”, disse.
Mourão afirmou que mantém diálogo com os representantes políticos dos estados da Amazônia, governadores e bancadas federais.
“Nós vamos conversando, buscando a sintonia fina e o ajuste daquilo que é melhor. Não é lá de Brasília que vamos estabelecer uma política sem conversar com quem está no terreno. A grande tarefa do conselho é se conectar à realidade e não fazer as coisas no papel porque no papel tem muita coisa que já tinha sido feita e não andou, a exemplo do próprio Conselho. Foi criado em 1995 e nunca se reuniu. Nós vamos fazer isso aqui andar”, destacou.
Bioeconomia
O vice-presidente declarou que a bioeconomia ainda está no “terreno da fantasia” e que há necessidade torná-la realidade.
E defendeu a importância do ordenamento territorial, através do zoneamento econômico e ecológico e afirmou que o excesso de regulamentação afasta investidores da região.
“Existe um excesso de regulamentação que termina por não atrair os empresários. Nossos portos são deficientes e aeroportos são acanhados. Tem que melhorar, buscar concessão com iniciativa privada ou privatizar […] Temos que discutir a mineração estratégica dentro dos limites da legislação vigente. […] A nossa Constituição colocou que a exploração em terra Indígena seria permitida desde que aprovada pelo Congresso Nacional. A presidência não é imperial. Não vamos fugir, em nenhum momento, da preservação de floresta. Temos que reflorestar parte daquilo que foi degradado”, disse.
S. Gabriel
Nesta terça-feira, dia 17, Mourão embarca para S. Gabriel da Cachoeira (a 852 km de Manaus). Vai receber a outorga do Título de Cidadão Honorífico.
Foi naquele município que o vice-presidente da República, quando militar da ativa, comandou a 2ª Brigada de Infantaria de Selva.
Confira a entrevista, na íntegra
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Foto: BNC Amazonas