Bolsonaro sentencia de morte polo de concentrados da ZFM
Governador Carlos Almeida previu que Bolsonaro daria prazo de morte ao IPI de concentrados da ZFM
Aguinaldo Rodrigues, da Redação
Publicado em: 21/02/2020 às 07:41 | Atualizado em: 21/02/2020 às 07:43
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), conforme prometera, deu hoje, dia 21, o golpe fatal contra o polo de concentrados da Zona Franca de Manaus (ZFM).
E fez isso por meio do diário oficial da União, publicando o Decreto 10.254, de 20 de fevereiro de 2020. Ironicamente, o mesmo dia da reunião do CAS da ZFM, à qual não compareceu, como havia anunciado seu compadre plantado na Suframa.
Por decreto, Bolsonaro eleva a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos concentrados de 4 para 8%. Só que com prazo de validade: de 1º de junho a 30 de novembro de 2020.
Essa situação, de dar prazo de vida a segmentos, foi antevista pelo governador em exercício do Amazonas, Carlos Almeida. Neste dia 20, ele fez fundamentada defesa da ZFM em discurso na reunião do CAS.
De acordo com a bancada parlamentar no Congresso, Bolsonaro assinou a sentença de morte do setor. Dessa maneira, ele cumpre o prometido no início do ano de que vai extinguir esse subsídio à indústria de bebidas até 2022.
Depois da saída da Pepsi do polo industrial do Amazonas, logo gigantes como Coca-Cola e Ambev devem fazer o mesmo.
Consequentemente, sem vantagem competitiva ante os grandes centros do Sul-Sudeste, o setor caminha para a morte.
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Dessa maneira, o presidente não deixou dúvida de que cede à antipatia de seu ministro da Economia à ZFM. Paulo Guedes já deu inúmeras demonstrações de que é contrário ao modelo de incentivos fiscais.
Além disso, Bolsonaro também dá prova clara do desprezo aos apelos da bancada parlamentar e do Governo do Amazonas pela ZFM.
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Foto: BNC Amazonas