Diretoria municipal do PMN renuncia após chegada de Orsine Júnior

O PMN era dirigido desde agosto de 2019 pelo advogado Marcelo Amil, já anunciado pré-candidato a prefeito de Manaus

Israel Conte

Publicado em: 04/03/2020 às 21:05 | Atualizado em: 04/03/2020 às 21:05

Membros do diretório municipal do Partido da Mobilização Nacional (PMN) renunciaram aos  seus cargos nesta quarta-feira, dia 4.

O afastamento ocorre após o empresário e braço direito do ex-governador Amazonino Mendes (sem partido), Orsine Oliveira Júnior, assumir o comando da sigla no Amazonas.

O PMN era dirigido desde agosto de 2019 pelo advogado Marcelo Amil, já anunciado pré-candidato a prefeito de Manaus.

 

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De acordo com o sociólogo Luiz Carlos, a decisão partiu da forma como a diretoria nacional decidiu fazer as mudanças na sigla sem que os filiados e o próprio regimento do partido fossem respeitados.

“Um partido que não leva a sério o estatuto partidário e não respeita os seus filiados não é um partido mas, uma aberração institucional. Foi por isso que decidimos também deixar o partido”, declarou.

O empresário Orsine Júnior foi procurado pelo BNC Amazonas para comentar a renúncia coletiva, mas não quis se manifestar.

 

A decisão

Por meio de uma carta renúncia, os membros Luiz Carlos Marques (presidente); Fredson Cumapa (vice-presidente); Afabiola Silva (tesoureiro-geral); Carlos Henrique Santos (secretário-geral) e Camila Pereira (vogal) que encabeçavam o diretório do partido em Manaus desde setembro do ano passado explicam o porquê da decisão.

Confira abaixo a carta-renúncia na íntegra.

Um partido político sério é regido pelo seu estatuto partidário. Um partido sério, repetimos. O PMN, ao fazer uma intervenção no Diretório Estadual do Amazonas, para entregá-lo às velhas oligarquias do Estado, rasga o seu estatuto e se deixa levar pelo poder econômico.

Em seu artigo segundo está escrito que ‘o Partido da Mobilização Nacional, como instrumento de representação política, orientar-se-á por seu manifesto, seu programa e seus estatutos e demais diretrizes de ação política, social e econômica, de conteúdo nacional, democrático e socialista, devidamente aprovados por sua convenção nacional’.

Está claro que não há democracia e muito menos princípios socialistas nesta atitude. Infelizmente, fomos usados com o fim de valorizar o produto para ser trocado no mercado aberto.

Sonhamos construir um partido de base, em sintonia com os anseios do povo do Amazonas. Colocamos todos os nossos esforços e inteligência neste projeto, mas estamos sendo impedidos pela inveja e cobiça dos exploradores da miséria do povo.

De alternativa de poder que éramos, o PMN volta a ser uma sigla de aluguel para encher o bolso dos membros do Diretório Nacional. A nossa consciência não está à venda, e este não é um partido sério, por isso, o diretório municipal de Manaus renuncia de forma coletiva ao seu mandato.