Sindicato dos Metalúrgicos alerta sobre paralisação em massa no DI da ZFM
Coronavírus avança no Amazonas e já fecha indústria da ZFM

Neuto Segundo, da Redação BNC Amazonas
Publicado em: 24/03/2020 às 09:40 | Atualizado em: 24/03/2020 às 10:02
O avanço do novo coronavírus, causador da Covid-19, que até segunda-feira registrou 32 casos no Amazonas, já impacta muito forte no polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
As empresas Transire e Samsung já paralisaram suas atividades e, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, até o fim da semana outras fábricas param suas linhas de produção.
Para o sindicalista, esse cenário é preocupante pois a maioria das empresas define essas medidas sem a participação do sindicato.
“O sindicato não tem poder de polícia, mas é preciso haver o diálogo entre todos. Pois o trabalhador precisa de uma orientação de como proceder. O trabalhador vai ficar em casa sem dinheiro, sem nada? A empresa tem que dar as condições”, comentou.
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Ele informou que está semana vai buscar um entendimento com as empresas instaladas no polo industrial do Amazonas para um alternativa que seja boa para todos, principalmente para o trabalhador.
Na segunda-feira, 23, a gigante Samsung anunciou a paralisação de suas atividades.
No domingo, quando o estado contabilizava 26 casos, a empresa Transire, fabricante das máquinas de cartão de crédito e débito, foi a primeira a paralisar todas as suas atividades.
Preocupação
Em matéria publicada recentemente no BNC Amazonas, a Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) previu que a ZFM e a economia do estado passarão por 90 dias de “furacão”.
De acordo com o presidente da entidade, Antônio Silva, isso vai resultar em demissões e queda na produção das empresas da Zona Franca de Manaus.
Essa preocupação foi manifestada no dia 18 ao Governo do Estado. O governador Wilson Lima (PSC) se reuniu com representantes da indústria e comércio na estratégia de combate ao coronavírus.
Conforme Silva, o forte impacto na economia é inevitável e já está acontecendo. E esse encontro com o gabinete de crise do coronavírus foi para apresentar as dificuldades enfrentadas por esses segmentos.
Como resultado desse cenário, agravado a cada dia, as principais preocupações da indústria e comércio são com a falta de insumos. Consequentemente, queda na produção e falta de produtos no comércio.
E há ainda uma preocupação decorrente, que é a demissão de trabalhadores do distrito industrial e das lojas.
Peso dos insumos asiáticos
Além da China, outros países asiáticos são os principais fornecedores de insumos para fábricas na ZFM e no país.
Silva cita, por exemplo, o polo de brinquedos como um dos principais atingidos “porque hoje quase tudo vem da China”.
Por enquanto, as empresas no Amazonas não pararam sua produção, mas Silva admite que o ritmo de produção diminuiu. O quanto isso vai se refletir no faturamento ainda não é possível estimar, segundo ele.
Em suma, o representante da indústria da ZFM estima em 30 dias o período que o estoque suporta.
Para além disso, ele disse ser otimista que tudo vai voltar à normalidade. Sua aposta é porque os fornecedores de componentes da Ásia já estão voltando a produzir.
Foto: BNC Amazonas