As cidades amazonenses de Barreirinha, Guajará, Envira, Ipixuna, Tonantins (12) e Tabatinga (3) estão entre as 30 do país mais vulneráveis ao alastramento do coronavírus (covid-19).
A primeira do ranking é São João do Miriti (RJ), seguida de Taboão da Serra e Carapicuíba, ambas em São Paulo.
Distante a 512 quilômetros de Manaus, Barreirinha é a oitava do ranking nacional do estudo Índice de Vulnerabilidade Municipal ao Alastramento do Coronavírus.
Na mesma situação de Guajará, Envira e Ipixuna, em Barreirinha não foi registrado nenhum caso de covid-19. Já Tonantins registrou 12 e Tabatinga, 3.
No caso de Barreirinha, o índice é de 0,5174, sendo o subíndice mais elevado à precariedade de infraestrutura sanitária e elétrica.
Todas as cidades amazonenses na lista possuem esse indicador baixo, sendo Tabatinga alcançado a média.
Os melhores indicadores delas são o do mercado de trabalho, por conta da baixa atividade de trabalhadores informais e autônomos que acentuam o risco de contaminação.
Ipixuna, por exemplo, destaca-se pelos piores índices de exclusão social.
Dessas 30 cidades do ranking, sete são de São Paulo, seis do Amazonas, cinco do Rio de Janeiro, quatro do Ceará, três de Minas Gerais, duas do Pará e uma do Acre, Paraíba e Pernambuco, cada.
Metodologia
A pesquisa foi elaborada pelo geógrafo e cientista de dados Ronnie Aldrin Silva, autor de publicações sobre as temáticas de exclusão social, mercado de trabalho e gestão pública.
Além dos grandes centros, que já contam com casos de contaminação, Silva diz que muitas cidades médias e pequenas do interior do Brasil, especialmente das regiões Norte e Nordeste e de estados como o Rio Grande do Sul, têm maior chance de ver a epidemia se alastrar.
Atual diretor do Departamento de Estudos, Pesquisas e Indicadores, da Secretaria de Planejamento e Gestão, de Osasco (SP), Silva explicou que ranqueou todos os municípios com objetivo de alerta a população e os gestores para necessidade de implantar políticas de combate ao coronavírus.
Para chegar aos dados, o cientista utilizou 18 distintas informações oficiais para os 5,570 municípios brasileiros.
As informações foram agregadas em cinco dimensões de vulnerabilidades: densidade demográfica, faixa etária, infraestrutura sanitária, saúde e mercado de trabalho.
Ele utilizou a mesma metodologia de cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da Organização das Nações Unidas (ONU), onde os resultados mais próximos do valor 1 indicam as melhores condições e os mais próximos de 0 as piores.
“No Nordeste, 46,4% dos municípios estão nesta faixa vermelha de maior risco, ao passo que para a região Norte este número é de 33,6%. Nas demais regiões do país esta proporção é bem inferior, cerca de 13,7% no Sudeste, 11,8% no Sul e 3% no Centro-Oeste”, diz o autor na apresentação do estudo.
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Foto: Divulgação/MP-AM