O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes disse nesta quarta-feira, dia 22, que as cenas de caixões enterrados em Manaus em valas comuns exigem uma forte resposta do poder público, inclusive do governo do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Mendes, a capital amazonense vive em situação de calamidade no sistema de saúde pública e vê falhas na política de isolamento social no Estado.
“As cenas de caixões sendo enterrados em valas comuns em Manaus exige forte resposta por parte do poder público, inclusive da União. A situação calamitosa do Sistema de Saúde local demonstra falhas na política de isolamento e a necessidade de melhorias urgentes no SUS”, escreveu o ministro no Twitter.
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Conforme entrevista dada na segunda-feira, dia 20, à GloboNews, o ministro já havia avaliado a necessidade de uma ajuda maior ao estado.
“Nós estamos com o sistema do Amazonas colapsado”, advertiu na ocasião.
Presidente do STF
Numa reunião por videoconferência com representantes da ciência e de entidades da sociedade, na segunda-feira, o presidente do STF, Dias Toffoli, também exigiu um olhar diferente para o Amazonas.
“É importante a solidariedade regional, pois nem todo o país tem uma infraestrutura de saúde. Neste momento, por exemplo, o Amazonas e o Amapá estão precisando receber respiradores e os insumos necessários para o seu sistema de saúde”, cobrou.
Como justificativa, o ministro ressaltou que o Supremo tem atuado assim na perspectiva dos autores do pacto fundante da Carta Constitucional brasileira para a manutenção desse Estado Democrático de Direito.
Ele citou o artigo 3º, destacando o inciso III, a saber: “Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.”
Ajuda
Sobre a cobrança de ajuda aos estados, o ministro da Secretaria de Governo (Segov), Luiz Eduardo Ramos, disse na coletiva desta quarta-feira que conversou com o governador Wilson Lima sobre a “situação difícil de Manaus”.
“O governo federal está fazendo a parte dele, consciente de fazer o possível para ajudar os estados, isso tem sido feito”, disse o ministro sem maiores detalhes.