Campanha na mídia do Acre pede que os povos indígenas fiquem nas aldeias
Comissão Pro-Índio teme que a população seja contaminada pelo coronavírus. Recomendação é que os indígenas não recebam ninguém

Da Redação do BNC AMAZONAS em Brasília
Publicado em: 26/05/2020 às 06:19 | Atualizado em: 26/05/2020 às 06:20
A Comissão Pro-Índio do Acre (CPI-AC) está orientando, por meio de um podcast, os mais de 20 mil indígenas do estado a ficarem na aldeia para não contraírem o coronavírus.
O Acre já registrou 4.160 casos de Covid-19, com 92 mortes.
Com o título “Fica na aldeia, Txai”, a campanha da CPI conta com a parceria da Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPIAC) e da Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC).
A campanha de orientação e conscientização aos povos indígenas está sendo veiculada nas redes sociais da capital Rio Branco e nos 22 municípios acreanos.
O podcast pede que os índios fiquem nas suas aldeias em isolamento social. Pede também para eles não deixarem ninguém de fora entrar para evitar serem contaminados.
Antropólogo apoia campanha
O antropólogo Terri Aquino, aposentado da Funai e há 46 anos trabalhando com os índios do Acre e Sul do Amazonas, juntou-se à campanha do “Fica em Casa, Txai”.
Terri Aquino pede que os indígenas que não troquem a liberdade das aldeias para irem às cidades, evitando assim a contaminação pelo coronavírus.
Em mensagem nas redes sociais, o antropólogo acreano aplaudiu a campanha #FicaNaAldeiaTxai, que na linguagem indígena quer dizer irmão, amigo, companheiro, camarada, entre outros adjetivos de irmandade.
“Fica na aldeia. Quem avisa é o seu Txai Terri. Fica em liberdade na aldeia porque na cidade é prisão domiciliar ou então ser contagiado por vírus invisível e doença pegajosa e muito contagiosa. Ah! Não se esqueça. Não levem ninguém de fora para sua aldeia”, orienta.
Na mensagem, o antropólogo faz alerta. Diz que o vírus corona viaja de carona em todo tipo de transporte.
“Chegou de avião a jato nas principais capitais do país e daí de caminhão, ônibus, trens, navios, barcos, batelãos e até de voadeira. Ninguém vê, mas o coronavírus tá viajando de carona”, afirma.
Foto: Reprodução