Coronavírus ataca em massa e Justiça paralisa operação da Eneva em Silves

A pedido da Defensoria Pública e ministérios públicos do Amazonas e do Trabalho, juíza mandou suspender atividades da Eneva no Campo do Azulão por causa do coronavírus

Desembargador derruba liminar e Eneva pode explorar gás no AM

Mariane Veiga

Publicado em: 27/05/2020 às 09:45 | Atualizado em: 27/05/2020 às 10:02

Por causa do registro de casos “descontrolados” e em massa de coronavírus (covid-19) entre os trabalhadores, a Justiça suspendeu ontem (26) as atividades da Eneva.

A empresa é a concessionária para exploração de gás natural no Campo do Azulão, área entre os municípios de Silves e Itapiranga, no Amazonas.

De acordo com ação movida em conjunto pela Defensoria Pública (DPE) e ministérios públicos do Amazonas (MP-AM) e do Trabalho (MPT), os casos de coronavírus entre os trabalhadores da Eneva estão fora de controle.

De cerca de 350 operários da empresa e suas terceirizadas que foram testados, 204 deram positivo para o coronavírus. Por causa dessa contaminação em massa, as unidades de saúde de Itapiranga e Silves sofreram forte abalo.

“Houve uma expansão do número de casos de coronavírus dentro da empresa de forma descontrolada. Em um único mês, mais de cem funcionários testaram positivo”, afirmou o defensor Bruno Fiorin, da DPE.

Assim sendo, a juíza do Trabalho Ana Eliza Praciano determinou que as atividades da Eneva sejam paralisadas por 14 dias.

 

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Providências a tomar

Nesse período, a empresa deve apresentar à Justiça, em 72 horas, um plano para retomar as atividades após a suspensão. E aponte que providências serão tomadas para controle da contaminação, adotando as recomendações sanitárias, “sob pena de ser prorrogado o período de suspensão das atividades até a sua completa adequação e homologação judicial”.

Além disso, a magistrada manda que a Eneva realize, antes de voltar a operar, novos testes da massa contaminada.

Enquanto durar a paralisação, a companhia é obrigada a manter o pagamento de todos os trabalhadores, diretos e terceirizados.

Além de Fiorin, assinam a ação o defensor público Murilo Monte, o promotor Daniel Menezes (MP-AM) e os procuradores Adriana Cutrim e Jorsinei Dourado, do MPT.

 

 

Foto: Divulgação/DPE