No momento em que o vice-presidente Hamilton Mourão tenta reativar as doações da Alemanha para o Fundo Amazônia, a chanceler daquele país, Ângela Merkel, é cobrada a se posicionar contra o governo de Jair Bolsonaro.
No parlamento alemão, Merkel foi criticada por não tomar posição sobre desmatamento na Amazônia. Além disso, da ameaça que isso representa aos direitos humanos e aos povos indígenas.
A Deutsche Welle, a emissora internacional da Alemanha, divulgou um comunicado feito pelo deputado alemão e porta-voz de política externa do Partido Verde, Omid Nouripour, pelo qual ele acusa Bolsonaro de usar “todos os meios” para sacrificar a floresta amazônica.
“Em relação à situação precária da Amazônia devido ao desmatamento ilegal e ao enfraquecimento de órgãos de proteção ambiental, mais uma vez fica evidente que, para o governo Bolsonaro, todos os meios são válidos para sacrificar a floresta amazônica e os povos indígenas em prol dos interesses econômicos”, disse o deputado.
Nouripour destacou o impacto do coronavírus (covid-19) entre os povos indígenas. “Somente na Amazônia, 731 casos do novo coronavírus foram confirmados e 116 mortes, de acordo com os dados mais recentes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)”, disse.
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Crítica a Bolsonaro
O deputado afirmou ainda que há “cinismo misantropo grave”. Ele se referia aos indígenas, vistos por ele como afetados “de forma desproporcional pela propagação do coronavírus”.
“Bolsonaro é, sem dúvida, uma ameaça à democracia, ao Estado de Direito, aos direitos humanos e à sobrevivência da Amazônia. O governo alemão precisa se posicionar categoricamente em relação a isso. E não deve continuar aceitando silenciosamente as consequências para os cidadãos brasileiros”, afirmou Nouripour.
Com informações da Deutsche Welle
Foto: Imago Images/C. Spicker_Reprodução