Advogado preso vendeu informações sigilosas por R$ 40 mil a narcotraficante

O advogado Euler Barreto Carneiro vendia informações sigilosas de inquéritos da Polícia Civil do Amazonas por até R$ 40 mil a narcotraficantes.

Com a antecipação dos próximos passos da polícia, as operações eram frustradas porque os investigados paravam de produzir ou se desfaziam das provas.

A afirmação é do delegado Rafael Allemand que prendeu nesta segunda-feira, dia 15, além do advogado um estagiário de Direito da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).

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Eles comandavam há mais de um ano o esquema que acessava processos do DRCO (Departamento de Repressão ao Crime Organizado), Denarc (Departamento de Investigação sobre Narcóticos) e Seai (Secretaria-Executiva-Adjunta de Inteligência).

O acesso ao sistema ocorria através da senha cadastrada no nome do estagiário da Afeam.

“Eles acessavam de forma clandestina os processos, pegavam informações que estavam com sigilo judicial, identificavam os alvos das operações, entravam em contato com os alvos e depois passavam todo o andar dessas investigações, e lógico, em troca de uma contra prestação (dinheiro)”, afirmou.

Favorecido

Um dos favorecidos do esquema foi o narcotraficante Thiago Monteiro da Silva, mais conhecido como Thiago Mineiro.

Foi ele quem, de acordo com a polícia, pagou R$ 40 mil para ter acesso a uma investigação contra ele. Inclusive com contrato assinado.

“Um dos alvos, apenas por uma informação, pagou R$ 40 mil. Foi assinado um contrato de prestação entre o advogado e esse investigado. Foi o que materializou as nossas suspeitas”, revelou Allemand.

Além de Mineiro, que acabou sendo preso no dia 4 de junho, a polícia acredita que mais alvos de investigações tenham se beneficiado do esquema.

Foto: Reprpdução/Facebook