Taxa de letalidade do coronavírus no AM cai pela metade em dois meses
A queda no índice de letalidade da covid-19 envolve os cenários de diminuição de casos diários e de óbitos no estado

Gabriel Ferreira, Da Redação
Publicado em: 22/06/2020 às 10:28 | Atualizado em: 23/06/2020 às 11:19
No dia 22 de abril, o Amazonas registra a maior taxa de letalidade na série histórica da pandemia, atingindo o índice de 8,3%. O número ultrapassou a média nacional, de 6% no derradeiro mês.
Mas a partir dali, inicia a queda de mais de 4% no índice do estado, dessa forma passando a indicar os primeiros sinais da estabilização do vírus. Hoje, a taxa chegou a casa dos 4,1% de letalidade. Entretanto, a custa de muitas batalhas por longos dois meses e meio.
Início do pior momento
Na respectiva data de maior índice de letalidade no estado, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), confirmava o total de 2479 casos confirmados. Assim como 206 óbitos, e 879 recuperados.
Além disso, 898 estavam internadas, e 629 em leito clínico e 269 em UTI. Nesse momento é considerado o começo do pior momento da pandemia no Amazonas, quando a rede estadual de saúde entrou em colapso, com 96% de leitos ocupados.
Veja o gráfico:
Durante a terceira semana de abril, como reflexo, ocorre o início dos enterros em valas comuns em Manaus. Ali, a medida é tomada pela Prefeitura, devido média alta de mortos, e com a realização de 120 sepultamentos na capital amazonense por dia.
Como alento diante de um dos cenários de guerra contra a pandemia, no dia 17 de junho, encerra-se o método de sepultamentos em Manaus.
Leia mais
Manaus põe fim aos enterros em valas comuns que chocaram o país
Maior queda
Dia 1º de maio o estado registra 5.723 casos confirmados, com 476 óbitos, e 1.708 recuperados.
Ao longo do mês, apesar de ter atingido altos índices de contaminação, como por exemplo, no dia 28 e 29, com 2.638 e 2.763 novos casos respectivamente, a taxa de letalidade apresenta maior queda no percentual, de 3.4% até o dia 31 de maio. Sobretudo dos últimos dois meses.
Outro fator durante esse período, é o alto índice de internações. Por exemplo, no dia 4 de maio houveram 168 hospitalizações em 24 horas. Neste ocorre o maior já registrado em toda a pandemia.
Veja o gráfico:
Fator para reabertura do comércio
No início de junho, a taxa chega a 4,6%, apresentando os primeiros sinais da queda no cenário de contaminação no estado.
Conforme o boletim do dia 1º de junho, são 36 pessoas contaminadas em 24h, acumulando o total de 41.774 casos da covid-19. Por outro lado, os óbitos também começam a diminuir, mesmo com oscilações, com 19 mortes, somando 2071.
Além disso, a internação de 39 ao dia, é naquele ciclo o número mais alto contando os dias seguintes, até este domingo(21).
Nesse indicativo de estabilização da pandemia no estado, o governo do Amazonas determina a reabertura do comércio em quatro ciclos. A princípio, esta medida começa no dia 1º de junho.
Desde então, mesmo com a volta gradual de serviços considerados não essenciais, os indicadores gráficos continuam diminuindo. Sobretudo a taxa de letalidade do coronavírus no Amazonas.
Veja o gráfico:
Ainda como reflexo desse percentual tecnicamente baixo, ocorre a concentração de pacientes do vírus somente em duas unidades hospitalares em Manaus. Estas, portanto, no HPS Delphina Aziz e o de retaguarda Nilton Lins.
Dessa forma, são desocupados os leitos de UTI em unidades como 28 de Agosto e Platão Araújo. Além disso, as câmaras frigoríficas utilizadas durante o pico da pandemia, na área externa dos respectivos hospitais, e do João Lúcio tem seu fim de utilização e são retiradas. Os postos de triagem na “porta” das unidades da rede estadual também são desativados.
Todos esses fatores e decisões são reflexos da taxa de mortalidade em queda no decorrer dos últimos meses no Amazonas. Atualmente o estado registra, 63. 410 casos de coronavírus, com 51.398 recuperados e 2.657 mortes.
Foto: Márcio James/Semcom
Leia mais
Contêineres-frigoríficos começam a ser retirados de hospitais pela Susam