O prefeito Arthur Virgílio Neto agradeceu ao governo francês pela ajuda de 500 mil euros doados à Prefeitura de Manaus. O prefeito já declarou, nesta sexta-feira (3), como vai aplicar a verba no combate ao coronavírus (covid-19).
Arthur havia apelado a países ricos por ajuda ao enfrentamento da pandemia viral. Ele propunha, contudo, proteger as etnias indígenas e os povos tradicionais do Amazonas.
O clamor do prefeito de Manaus foi ouvido, até o momento pela França. O país de Emmanuel Macron, solidário, enviou €$ 500 mil, aproximadamente R$ 3 milhões.
De acordo com Arthur Virgílio, o dinheiro será investido contra a pandemia nas áreas de assistência social e saúde.
“Quando soube que a ajuda viria, gravei um vídeo ao presidente Emmanuel Macron, agradecendo e falando, de forma especial, sobre os efeitos devastadores da pandemia em relação não só ao nosso povo, mas principalmente sobre os indígenas”, disse Arthur.
No vídeo, o prefeito discorreu sobre os indígenas: “Eles carregam uma cultura milenar de nossa história e não recebem do governo federal a atenção que merecem, pelo contrário, são ameaçados constantemente por ideias absurdas de garimpo e agronegócio na Amazônia, além do desmatamento que avança a cada dia”.
E na falta de apoio interno, segundo o prefeito, ele dispara: “Se não encontro aqui apoio para cuidar da Amazônia, fui buscar ajuda onde as pessoas entendem a importância dos povos que protegem nossa imensa floresta”.
Ajuda federal
De acordo com o Ministério da Saúde, somente no primeiro semestre de 2020, foram destinados a Manaus R$ 417,5 milhões. Foram duas parcelas de R$ 325,3 milhões e R$ 92,250 milhões.
Conforme o governo, o total de verbas destinadas ao estado do Amazonas para combater a pandemia até junho foi de R$ 859,9 milhões. Os números são do Fundo Nacional de Saúde .
Vale ressaltar que do total de R$ 859,9 milhões estão incluídos os R$ 417,5 milhões de Manaus.
Ainda de acordo com o governo federal, até esta sexta-feira (3), foram gastos na pandemia pelo país R$ 211,4 bilhões.
E ainda estão previstos gastos de outros R$ 506,1 bilhões, conforme consta no site do Tesouro Transparente.
Projetos de Manaus
Os recursos enviados pela França, já nos cofres da Prefeitura de Manaus, foram destinados com base na apresentação de dois projetos. Cada um com custo total de €$250 mil.
Na saúde, será ampliado o atendimento às populações vulneráveis e aos povos indígenas, brasileiros e estrangeiros. Para isso, serão adquiridos equipamentos e insumos, que totalizam R$1.427.370.
Para a assistência social, o projeto contempla a aquisição de cestas básicas para atender 15.585 famílias. Isso vem representar aproximadamente 78 mil pessoas. O valor total dessa aquisição está estimado em R$ 1.428.571.
“Fizemos o possível para ampliar nossas ações e salvar vidas. Criamos um hospital de campanha, com recursos próprios e fundamental apoio da iniciativa privada, que desafogou em muito os hospitais do Estado e curou mais de 600 pessoas em quase dois meses de funcionamento”, destacou Arthur.
Em outro trecho, disse o prefeito: “Levamos saúde básica aos nossos irmãos ribeirinhos, com nossa UBS Fluvial, e distribuímos cestas básicas à população carente, incluindo indígenas. Agora, sem dúvida, poderemos garantir a continuidade dessas ações”.
Assistência social
Na área social, as ações serão encabeçadas pelo Fundo Manaus Solidária, presidido pela primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro.
Nessa área, o foco é de pessoas que residem em bairros com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média nacional.
Também serão beneficiadas com doação de cestas básicas os catadores de materiais recicláveis.
Também os profissionais do setor de entretenimento, cultura, turismo e autônomos com suas atividades suspensas.
Entram ainda na doação mulheres em situação de vulnerabilidade, moradores de rua, imigrantes e refugiados.
“Somos imensamente gratos por essa ajuda viabilizada pela Embaixada Francesa que permitirá que cheguemos a novos lares e a famílias que nesse momento enfrentam não só o vírus da covid-19, mas também a fome”, disse Elisabeth Valeiko.
Foto: Mário Oliveira/Semcom