O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) defendeu uma frente ampla a favor da democracia para, segundo ele, proteger o Brasil.
Ao participar do programa “Roda Viva”, da TV Cultura , nesta segunda-feira (06), o petista disse também não acreditar no que chamou de discurso “paz e amor ” adotado pelo presidente Jair Bolsonaro depois da prisão de Fabrício Queiroz e criticou a atuação do governo na pandemia da covid-19.
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“Eu acredito que o Brasil com Bolsonaro corre muitos riscos, sempre disse isso, durante a campanha toda. Acho que o Brasil perdeu a eleição de 2018 ao eleger uma pessoa sem nenhum compromisso com a democracia e com a gestão pública” , disse Haddad.
Para ele, um dos erros da classe política é estar sempre preocupada com os resultados das próximas eleições.
“O que a gente precisa agora é se unir. A gente quer criar um ambiente em que não se repita o cenário de 2018, porque todos os democratas pressupõem a democracia, mas não foi o que aconteceu na época”, disse.
Falando exclusivamente do PT, Haddad analisou que o principal objetivo do partido para 2022 deve ser recuperar a credibilidade perdida:
“PT não precisa pensar assim: ‘O que preciso fazer para ganhar 2022?’. Precisa pensar: ‘O que preciso fazer para recuperar a credibilidade que eu perdi junto a uma parcela do eleitorado?’. O que preciso explicar, o que preciso desvendar, como vou demonstrar que não sou o que estão dizendo de mim?”.
Governo
Haddad criticou a gestão brasileira da pandemia causada pelo novo coronavírus:
“Estamos perdendo vidas todos os dias por causa do presidente da República “, afirmou, completando que “podíamos passar 4 anos sem saber que ele é um incompetente. Infelizmente estamos tendo a prova disso num momento de dor nacional”.
Ao falar sobre o veto à lei que regulamenta o uso de máscaras, Haddad declarou não entender as atitudes do presidente.
“Eu não sei se é sadismo, falta de empatia, uma demonstração tola de autoridade, não sei o que se passa na cabeça de uma pessoa tão desequilibrada quanto Bolsonaro. Olha o que estamos vivendo”, disse.
O ex-prefeito falou que não acredita em uma postura moderada de Bolsonaro:
“Não acredito no ‘Jair paz e amor’ depois que o Queiroz foi preso. É uma estabilidade que está sendo comemorada que é falsa“.
Para Haddad, Bolsonaro se vale de “métodos fascistas” para governar.
“Tem método muito parecido com a comunicação de massa do fascismo, por exemplo, o uso da religião “, analisou o petista.
“A maneira como ele usa a comunicação: a fake news não é um expediente do Bolsonaro, é uma prática. Hoje aparece uma foto dele falando que está tomando a cloroquina porque está com febre, ou seja, ele é uma pessoa que joga no obscurantismo “, completou.
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Foto: BNC Amazonas