MP investiga contratos superfaturados entre ALE-AM, CMM e Amazonas Produtora
Em um dos contratos, o valor pago รฉ mais de 5.000% (cinco mil por cento) maior que o praticado no mercado

Israel Conte
Publicado em: 09/07/2020 ร s 07:36 | Atualizado em: 09/07/2020 ร s 20:10
Uma investigaรงรฃo sigilosa que tramita no Ministรฉrio Pรบblico do Amazonas investiga contratos entre a Assembleia Legislativa do Amazonas, a Cรขmara de Vereadores de Manaus e a empresa Amazonas Produtora Cinematogrรกfica LTDA ME.
Com a ALE-AM, a Amazonas Produtora tem contrato no valor de R$ 3.600.000,00 (trรชs milhรตes e seiscentos mil reais) por ano, referente a aluguel de equipamentos de รกudio e vรญdeo que sรฃo utilizados na TV ALE.
A denรบncia que chegou ao MPE informa que os equipamentos alugados pela Assembleia Legislativa sรฃo sucateados e nรฃo justificam o alto valor pago mensalmente.
Segundo os prรณprios funcionรกrios da TV ALE, os equipamentos da Amazonas Produtora se fossem comprados em licitaรงรฃo pela Assembleia Legislativa seriam mais baratos que um mรชs de locaรงรฃo.
Hรก indรญcios de superfaturamento no contrato.
Aluguel de sรญtio
Outra investigaรงรฃo apura denรบncias envolvendo um contrato entre a Amazonas Produtora com a Cรขmara de Vereadores de Manaus, tambรฉm com indรญcios de superfaturamento.
O poder legislativo municipal contratou a Amazonas Produtora Ltda para ceder espaรงo numa sala para acomodar um transmissor e numa torre de transmissรฃo para colocar a antena da TV Cรขmara.
Este tipo de aluguel de sรญtios de transmissรฃo รฉ muito comum entre as operadoras de telefonia e emissoras de TV que compartilham espaรงos em salas de transmissรฃo e torres.
A mรฉdia mensal pelo aluguel de sรญtio varia entre R$ 4 mil e 10 mil reais por mรชs. A Cรขmara de Vereadores de Manaus paga 200 mil reais mensais (R$ 2.400.000,00 por ano).
O superfaturamento no contrato entre a Cรขmara de Vereadores e a Amazonas Produtora Ltda รฉ mais de 5.000% (cinco mil por cento) maior que o valor de mercado.
A Amazonas Produtora enfrenta na Justiรงa um aรงรฃo judicial de outra empresa que reivindica a propriedade da torre alugada para a CMM.