A produção de borbulhias (gemas de planta matriz usadas na enxertia) de laranjas em fazenda de Rio Preto da Eva ganhou registro do Ministério da Agricultura. Trata-se de um reconhecimento de que o município passa a produzir o fruto 100% amazonense. Isso ocorre porque as sementes já tinham essa certificação.
Tal conquista foi divulgada hoje (16) pelo Governo do Estado, que dá assistência técnica ao município via Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal Sustentável (Idam). Bem como a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf).
De acordo com esses órgãos, o processo de reconhecimento durou seis anos. A partir de agora, com essa conquista, os produtores não precisam recorrer a outros estados. Sobretudo para adquirir sementes e borbulhias.
Segundo o gerente do Idam no município, José Frade Júnior, as safras da fruta corriam risco com pragas porque não se sabia a qualidade genética da laranja. E isso só era possível de saber quando a árvore dava frutos, seis anos depois do plantio.
“O risco era trazer doença porque semente de fora colocava em risco a cultura amazonense. Hoje, a gente pode assegurar que são mudas de excelente qualidade”.
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Mudas para venda
Com a produção de mudas de laranja, os pequenos produtores rurais e agricultores familiares de Rio Preto da Eva e de outros municípios passaram a adquirir as mudas para plantio.
“Essa produção de semente e borbulhia fomenta a produção que é vendida a um preço justo para os agricultores familiares. Inclusive, existem programas governamentais de prefeituras e do Governo do Estado que estão comprando mudas para instituir aos agricultores familiares. No Rio Preto da Eva, 90% das mudas utilizadas saem dessa propriedade. Maués usa as mudas daqui, Itacoatiara, Roraima vai usar, Presidente Figueiredo, então, muitos municípios que usam e estão fazendo progresso”, disse Frade.
A fazenda de onde saiu a laranja certificada tem 40 mil pés da espécie. Esta, portanto, possui capacidade de produzir até 100 mil mudas anuais.
“Nós produzimos, no último ano, aproximadamente 9 milhões de frutas. Neste ano, com a pandemia, haverá uma redução, mas mesmo assim nós teremos uma produção satisfatória para a manutenção tranquila da fazenda e, consequentemente, nos preparar para a produção do ano de 2021”, afirma o produtor rural e dono da fazenda Cláudio Decares.
Foto: Michell Mello/Secom