“Todos os cuidados e sacrifícios que foram feitos por todos, com a paralisação das atividades e isolamento social podem se perder rapidamente, se não for mantido o estado de alerta, os cuidados e os protocolos de saúde”.
Com esse desabafo a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Rosemary Costa Pinto, demonstrou toda a sua preocupação com o relaxamento da população de Manaus diante da pandemia do novo coronavírus.
Durante a cerimônia de entrega de computadores e veículos aos municípios para o combate à pandemia, nesta quinta-feira (23), a diretora disse que as pessoas “relaxaram no uso de máscaras e estão se aglomerando”.
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“O risco não passou, o vírus está ai. Se tirarmos as máscaras e abondarmos as medidas de restrição podemos ter uma segunda onda na cidade”, destacou Rosemary.
Ela explicou que o fato de o Amazonas ter reduzido o número de óbitos e de contaminações ainda não significa que vírus se foi.
A diretora explica que os dados são avaliados diariamente, caso a caso, e Manaus tem oscilações de mortes embora o número tenha reduzido drasticamente.
O mesmo acontece com as hospitalizações.
Mesmo assim, com esses dados animadores, a média móvel ficou estabilizada em um patamar muito alto de novos casos.
“Ficamos estabilizados em mil casos novos registrados por semana no estado. Isso preocupa principalmente quando a população entra em uma fase de relaxamento das medidas de segurança”, ressaltou a diretora-presidente da FVS-AM.
Ela destacou que o governo e o Comitê de Crises avaliam com cuidado os casos para flexibilizar a volta da economia e dos eventos.
“Estamos com esse cuidado pois alguns países e estados brasileiros que flexibilizaram precisaram voltar atrás nas medidas. Aqui no Amazonas estamos avaliando com bastante cuidado todos os aspectos, por isso a flexibilização vem em ciclos. Com cuidado”, explicou.
Rosemary lembra que nenhuma atividade econômica voltou a todo vapor e alertou que: “Se houver um retrocesso teremos que rever a flexibilização”.
Para ela, a desmobilização da população sobre os cuidados que devem ser seguidos é preocupante.
“A população parece que tem memória muito curta esqueceu que tivemos um pico gigante com ocupação de 95% os leitos de hospital, que tivemos mais de 100 mortes em um dia. E isso foi há pouco tempo”, desabafou a diretora da FVS-AM.
“Vemos hoje, com as medidas de flexibilização, que os medos estão caindo por terra. As pessoas deixam de usar as máscaras e circulam pela cidade normalmente”, alertou e apelou para que os protocolos sanitários sejam observados.
Foto: BNC Amazonas