A produção de motocicletas, fortemente concentrada na Zona Franca de Manaus (ZFM), puxou o crescimento da produção industrial brasileira de junho em comparação com maio de 2020.
Os equipamentos de transporte tiveram alta de 141,9%, puxados principalmente pela produção de motocicletas.
A produção industrial brasileira, no geral, cresceu 8,9% em junho deste ano, na comparação com maio, puxado pela produção de veículos automotores.
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Essa é a segunda alta consecutiva do indicador, que já havia registrado expansão de 8,2% em maio.
Foi também a maior taxa de crescimento desde junho de 2018 (12,5%).
Sem recuperação da pandemia
Apesar disso, a indústria brasileira ainda não conseguiu recuperar totalmente as perdas sofridas em março e abril, causadas pela pandemia da covid-19, quando o setor caiu 26,6%.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (04), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da alta de maio para junho, a produção apresentou queda de 9% na comparação com junho de 2019.
Houve ainda recuos de 10,9% no acumulado do ano e de 5,6% no acumulado de 12 meses.
Setores que puxaram o crescimento
A alta de 8,9% na passagem de maio para junho foi puxada por 24 das 26 atividades industriais pesquisadas, em especial pela produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, que teve um crescimento de 70% no mês.
“Esse setor acumulou expansão de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimento na produção, mas ainda assim está 53,7% abaixo do patamar de fevereiro”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.
Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, a maior alta foi observada nos bens de consumo duráveis (82,2%).
Os bens de consumo semi e não duráveis cresceram 6,4%, os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo, subiram 13,1% e os bens intermediários – insumos industrializados usados no setor produtivo – tiveram alta de 4,9%.
Setores que tiveram queda
Por outro lado, as atividades com queda na produção foram a indústria alimentícia e a produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, ambas com recuo de 1,8% na produção.
“A indústria alimentícia tem uma dinâmica diferente do restante do setor industrial, por conta de suas características relacionadas ao abastecimento. Ela vinha de resultados positivos, quando a indústria, de forma geral, estava em queda. Os crescimentos nos meses anteriores, combinados com uma queda no açúcar, resultaram no recuo registrado em junho. Alimentos, porém, têm um saldo positivo, diferente da média da indústria”, explicou Macedo.
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Foto: Reprodução/CityCorp